Título da redação:

Grande dúvida

Proposta: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 27/08/2016

Segundo Thomas Malthus, a produção de alimentos cresceria de forma linear, enquanto a população de multiplicaria de forma exponencial. Nesse cenário, a fome seria inevitável. Entretanto, a Revolução Verde propiciou avanços tecnológicos e, consequentemente, o aumento da produtividade. Diante disso, o Brasil foi um dos países mais beneficiados, haja vista suas ótimas condições naturais. Todavia, essa situação não impossibilitou o cenário paradoxal atual: enquanto toneladas de alimentos são desperdiçadas, milhões de pessoas passam fome. Vale ressaltar, antes de tudo, o desperdício em todos os âmbitos. Segundo dados da Water Footprin Network, utiliza-se 15400 litros de água para produzir apenas 1 Kg de carne bovina. Nesse contexto, não é apenas o alimento que vai para no lixo. Junta-se a isso, anos de investimentos em tecnologias foram desperdiçados; milhares de pessoas utilizaram sua mão-de-obra em vão; muitos hectares de mata nativa foram desmatados para nada. Além disso, utilizou-se mais combustível fóssil do que realmente precisara, contribuindo com o agravamento do efeito estufa. Logo, é notório que há toda uma “cascata” de desperdício por trás. É válido considerar, ainda, a questão social. Segundo relatório da FAO, 1,7% da população brasileira está em situação de insegurança alimentar. Nesse sentido, o fato da sociedade impor padrões estéticos para os alimentos contribui para que frutas e verduras, principalmente, com ótimos valores nutricionais sejam inutilizados. Com isso, potencializa-se a fome no brasil, afetando, especialmente, a parcela mais pobre da sociedade. Fica claro, portanto, que a luta contra o desperdício depende de ações conjuntas. Em vista disso, o Estado deve promover alianças com ONG’s, a fim de promoverem campanhas de conscientização. Para isso, utilizar-se do contraste entre a fartura e a fome como forma de impactar a população a respeito dessa realidade seria uma boa estratégia. Ademais, é papel de todos os cidadãos realizar a autofiscalização, possuindo em mente toda a etapa de produção dos alimentos. Assim, seria possível abster do péssimo ideal da “fruta perfeita”, por exemplo. Resta saber se a sociedade civil organizada e o governo poderão atuar juntos nesse processo.