Título da redação:

Desperdício de Vida

Proposta: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 31/07/2016

A falta de alimentos, o maior fator limítrofe de qualquer espécie, já não se mostra como o principal desafio da sociedade, como o foi na Europa do século XIII. Hoje, com efeito, morre-se mais devido a obesidade. Contudo, de forma paradoxal, produz-se, no Brasil, alimento suficiente para suprir todos seus cidadãos e, mesmo assim, mais de 13 milhões ainda se encontram em estado de insegurança alimentar. Nesse sentido, cabe analisar aspectos estruturais, assim como o desperdício como os principais contribuintes dessa problemática. Primeiramente, a forma de transporte rodoviário no Brasil potencializa a fome já agravada pelo desperdício alimentício. Hoje, mesmo com a nona maior economia e com o maior espaço de terras agriculturáveis do mundo, o transporte por rodovias encarece e muito a comida produzida. Esse fato, então, aliado a uma grande parcela da população que já teria dificuldades de alimentar suas famílias com seus rendimentos mensais, configura o cenário atual. Com efeito, um país continental, com esse modelo de transporte e com um desperdício alarmante enfrentará dificuldades em alimentar todo seu povo. Ainda, devem-se ressaltar os impactos ambientais causados pelo desperdício, quando um terço dos alimentos produzidos no Brasil tem esse fim. De fato, hoje se produz mais para compensar tal prejuízo e, então, as intervenções ambientais tornam-se mais graves. A agricultura consome 70% da água doce do mundo, como parâmetro, além de no Brasil, causar o desmatamento da floresta amazônica na fronteira agrícola. Por conseguinte, a cada quilo de comida jogado fora, aumenta-se o desgaste ambiental causado pela agricultura, seja pelo maior consumo de água e pelo desmatamento, seja até mesmo pela emissão de gases que contribuem para o efeito estufa envolvida no processo produtivo. Fica claro, portanto, que o modelo de transporte nacional contribui para a fome no Brasil e o desperdício se encontra como causa de ambas essa incoerência social e do desgaste ambiental nacional. Nesse sentido, cabe, primeiramente, aos grandes produtores, uma descentralização da produção alimentícia, hoje concentrada no Mato Grosso, a fim de se reduzir os gastos e o desperdício envolvidos com o transporte dessas mercadorias. Quanto ao desperdício, ainda, concerne ao Poder Legislativo, por meio do Congresso Nacional, criar leis que visem coibir, por meio de multas e isenção de benefícios, empresas e produtores que descartem de forma indiscriminada produtos que estejam próprios ao consumo. Dessa forma, essa problemática e suas consequências sociais e ambientais podem, ao menos, ser amenizadas.