Título da redação:

Desperdício de alimentos: transporte e descarte

Proposta: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 18/09/2016

Desperdício de alimentos: transporte e descarte No início do século XX, o filósofo, sociólogo e pedagogo brasileiro Paulo Freire definiu uma base doutrinária que dizia que “Mudar é difícil, mas é possível”. Nesse sentido, a questão do desperdício de alimentos no Brasil, perpassando pelo cenário de fome gerada por isso e suas drásticas consequências para a sociedade, urge por mudanças significativas. Sob essa perspectiva, entende-se que os danos causados pelo transporte e o ato de jogar fora alimentos com aparência ruim são, sem dúvida, canalizadoras do problema. Em primeiro plano, é estrita a correlação entre o dispêndio causado pelo transporte e quadro de enorme desperdício de alimentos. Isso é facilmente compreendido uma vez que, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO, sigla em inglês – 50% de toda a produção brasileira é desperdiçada durante o transporte. Logo, percebe-se que o problema da fome no país advém, em grande parte, de problema na cadeia produtiva e não da falta de alimentos. Ademais, verifica-se como intrinsecamente relacionada a problemática a prática de descartar alimentos de aparência ruim. Em vista disso, o pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro José Abrantes afirma que “Muito do que é desperdiçado, principalmente no comércio varejista, não é necessariamente estragado”. Com efeito, 30% dos alimentos que vão para o lixo no comércio poderiam ser vendidos ou doados, contudo, simplesmente por estarem amassados ou por sobrarem nas feiras acabam por serem jogados no lixo devido ao Código de Defesa do Consumidor, que proíbe a comercialização de mercadorias nessa situação. Dessa forma, com intuito de reverter o panorama, faz-se necessário reduzir os malefícios causados pelo translado e a prática de não consumir produtos de má aparência. Para isso, é preciso que a sociedade pressione as empresas, por meio de manifestos sociais, a aprimorarem seus métodos de transporte de alimentos; e o Estado a reformular o Código de Defesa do Consumidor de modo a permitir a doação e consumo, se for da vontade do cliente, de alimentos amassados ou que sobraram. Por fim, cabe às ONGs, se utilizando da mídia de grande circulação – TVs e jornais- estimular a população a consumi-los. Só assim, tendo como bases a união da sociedade civil e do Estado, a mudança preconizada por Paulo Freire será uma realidade.