O Brasil é um país de muitas peculiaridades, dentre as quais, é motivo de orgulho sua exuberante produção de alimentos, porém essa é mais uma das muitas fachadas que mascaram a triste realidade encontrada no país, pois mesmo ganhando o título de um grande produtor, o Brasil é, por outro lado, um dos países que mais desperdiçam alimentos, como mostra uma estatística realizada pelo Instituto Akatur, a qual revela que metade da produção é desaproveitada. Essa lamentável realidade reflete um grave problema que circunda a sociedade brasileira: o desperdício de alimentos. Isso se dá a vários fatores, como a falta de consciência social e a má fiscalização da distribuição alimentícia. A sociedade atual vive em um mundo limitado ao consumo, fazendo com que se compre e gaste desenfreadamente, porém essa situação é majoritariamente analisada no ato da compra, e, infelizmente, não observa-se o destino do que é comprado, sendo esse, no casa de alimentos, o lixo; gerando assim um opulento número de alimentos desperdiçados, pelo fato de algumas pessoas não terem consciência da grande proporção que o desperdício individual causa quando visto em escala global. Logo, observa-se que a falta de conscientização social é um dos agentes que contribui com o desperdício de comidas. Como prova disso, um levantamento realizado por José Abrantes, pesquisador da UERJ, revela que 10% dos alimentos desperdiçados advém de domicílios. Isso constata que a pouca conscientização social é um grave fator que corrobora a piora desse quadro. Além disso, a má distribuição alimentícia é outro agente que contribui com o desperdício de comidas. Como ratificação de tal fato, pode-se analisar novamente a pesquisa de Abrantes, pois ela também revela que 30% dos alimentos são desperdiçados durante o processo de transporte. A partir disso, é possível compreender os causadores da fome a qual afetou, de acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 11% da popopulação mundial em 2016. Por conseguinte, entende-se que há a necessidade de uma melhora na fiscalização, pois em muitos casos a comida não está sendo transportada da forma adequada para evitar o desaproveitamento, causando a perda de alimentos durante sua distribuição. Isso revela que a má fiscalização presente nas rotas de distribuição de comidas, é um impetuoso causador do aumento das taxas de desperdício no Brasil. Diante da falta de conscientização social e da má fiscalização da distribuição alimentícia, entende-se o porquê do desperdício de alimentos persistir. Logo, organizações não governamentais, como a ONG Banco de Alimentos, juntamente com a mídia, devem realizar campanhas conscientizadoras, por intermédio dos meios de comunicação de massa, com o intuito de assomar a população o que seus maus hábitos, quando vistos em escala global, estão causando à sociedade. Paralelamente, o governo deve aprimorar a fiscalização de alimentos e aumentar o número de fiscais, por meio de projetos de lei, que visem um declínio da perda de alimentos durante sua distribuição, pois só assim o país evitará que o bicho na imundície dos pátios a procura de comida, seja o cidadão brasileiro.