Título da redação:

Desperdício de alimentos: grave problema social e ambiental

Proposta: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 08/06/2017

O livro "Do nicho ao lixo" é uma referência na abordagem do dilema entre o consumismo e o desperdício, sobretudo de alimentos, por ressaltar a influência do mercado nas ações dos cidadãos. Nesse contexto, em que na contemporaneidade se é bombardeado pela publicidade alimentar, estratégias precisam ser revistas e a conscientização do cidadão expandida. De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), uma em cada nove pessoas sofre de fome no mundo e o desperdício da produção de alimentos chega a um terço. A matemática é simples: um terço (total desperdiçado) seria mais que suficiente para erradicar a fome. No Brasil, a situação é mais satisfatória, visto que o percentual de pessoas em situação de insegurança alimentar gira em torno de 2%. No entanto, em se tratando de desperdício, é um dos líderes. Ademais, vale ressaltar que a principal etapa na cascata de produção na qual se tem a maior perda de alimentos é o transporte, sendo este responsável por metade do desperdício acumulado. Dessa forma, fica evidente a necessidade de investimentos para o setor, objetivando a diversificação da estrutura de modais do país. A construção de hidrovias e ferrovias se faz preponderante, visto que a dependência do transporte rodoviário, além de aumentar os custos relativos ao combustível e manutenção,potencializa as perdas de produtos, pois são piores as condições de armazenamento. Associado a isso, é importante considerar que o mal aproveitamento alimentar também gera diferentes impactos ao ambiente. Em especial, deve-se ressaltar a perda considerável de água, já que 70% desse recurso é empregado na agricultura. Assim, compromete-se a disponibilidade de água para o consumo e contribui para a crise hídrica. Além disso, tem-se um desperdício da energia envolvida no processo e de produtos químicos, como agrotóxicos e fertilizantes, o que resulta em uma baixa lucratividade para os produtores e se reflete no aumento dos preços dos alimentos. A partir disso, a população é afetada e compromete-se o equilíbrio do meio. Portanto, para resolver esse problema, é necessário que o Governo seja mais rigoroso com as indústrias que produzem os alimentos, especificando como deve ser realizado o manuseio e transporte e multando os produtores que mais desperdiçam, essas multas poderiam ser revertidas para que pessoas carentes possam comprar comida. Além disso, o Ministério da Saúde deve oferecer cursos sobre como aproveitar restos de comida, ensinando receitas e qual quantidade certa de alimento comprar. Escolas, junto aos pais, devem ensinar as crianças, por meio de histórias e brincadeiras, sobre evitar o desperdício de comida e encorajá-las a dividirem seus alimentos com os colegas. Dessa forma, o Brasil será mais nutrido e menos inconsequente.