Mesmo após quatro séculos da Revolução Francesa, movimento social que lutava pela liberdade, fraternidade e igualdade, a desigualdade social ainda é bastante gritante no nosso mundo atual, inclusive no nosso país. Uma das grandes consequências da desigualdade socioeconômica é a fartura dos ricos, contraposta à miséria e fome da maioria excluída. Embora muito tenha-se falado acerca de projetos de ampliação da agricultura com o uso dos alimentos transgênicos, será mesmo que essas atitudes são realmente suficientes para solucionar a fome no Brasil? Segundo Karl Marx, as formas de produção são responsáveis por determinar a sociedade, além de seu desenvolvimento histórico e social. Em um mundo onde há o predomínio do capitalismo e sua ideia de que tudo é adquirido pelo dinheiro, a fome na nossa sociedade é acarretada em números exorbitantes. Com a valorização do dinheiro, a concentração de terra ou renda, o desemprego e a desigualdade social oriundas do capitalismo, a população pobre acaba não adquirindo alimentos, haja vista não possuírem recursos financeiros para a compra. Em conformidade com os dados apresentados pelo pesquisador da UFRJ, José Abrantes, o desperdício no território brasileiro pode chegar até à 150% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Vale ressaltarmos que, toda essa comida jogada fora, além de encarecer os alimentos e desperdiçar dinheiro nacional que poderia ser usufruído em educação e saúde, boa parte dos recursos naturais também são jogados no lixo. Para a produção de uma pequena maçã, por exemplo, são usados 70 litros de água, isso sem falar, é claro, do uso da terra, agrotóxicos e fertilizantes, que foram utilizados para produzir a fruta que, infelizmente, acaba sendo bastante desperdiçada, como podemos perceber, por exemplo, em dias de feira livre. Portanto, é imprescindível que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em parceria com o Governo Federal, levem mais à serio projetos de combate à fome, como “O Brasil Sem Miséria” e “Fome Zero”, proporcionando que apenas as famílias que se encontram na linha da miséria recebam auxílio governamental para efetuar a compra de alimentos. Ademais, em parceria com as escolas e universidades, é necessário que os Ministérios da Cultura e da Educação promovam propagandas e palestras, por intermédio midiático e até mesmo dentro das salas de aula, objetivando a consciência de não desperdiçar alimentos a fim de que ocorra menos desperdício dos recursos naturais e o barateamento do preço dos produtos orgânicos, facilitando, assim, a compra pelos mais pobres.