Título da redação:

A contradição: desperdício vs. fome

Proposta: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 19/09/2017

O economista Thomas Malthus havia feito uma previsão de que a população iria crescer tanto que a produção de comida não seria capaz de abastecer a todos. Apesar de sua teoria não ter se realizado, existem cerca de 3,4 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar por motivos diferentes, e dentre eles se encontra o alto desperdício desses mantimentos. Dessa forma, é necessária uma análise dessa problemática de modo a buscar as melhores formas de combatê-la. Em primeiro lugar, é válido mencionar que a maior parte do desperdício dos alimentos, cerca de 54% de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ocorre na fase de manipulação pós-colheita e armazenagem. Com base nisso, essa situação demonstra um possível desconhecimento por parte dos produtores sobre as melhores técnicas de transporte e estocagem, além de falta de infraestrutura necessária. Logo, como resultado dessa conduta, muitos hortifrútis não estarão em condições desejáveis, o que contribui para a perda desses gêneros e agrava essa situação deplorável. Além disso, o comportamento consumista dos compradores também possui sua parcela de responsabilidade. Assim, a falta de planejamento e o gosto pela fartura são fatores relevantes e que devem ser alterados para que seja possível almejar melhorias. Ademais, muitas pessoas não se interessam em adquirir alimentos viáveis, mas com a estética um pouco prejudicada, o que pode ter sido decorrente das práticas inadequadas na fase anterior da cadeia produtiva. Fica evidente, portanto, que mudanças devem ser postas em prática para evitar o desperdício de alimentos e seus respectivos impactos. Para isso, o Estado deve contratar agentes que fiscalizem o processo que leva os produtos até os consumidores, bem como aplicar multas aos produtores que mais desperdiçarem ou não utilizarem equipamentos corretos. Somado a isso, os poderes públicos locais devem seguir o exemplo do Programa Abastecer de Belo Horizonte, que vende frutas e verduras com classificação comercial inferior a populações de baixa renda por preços controlados. Enfim, quando o reaproveitamento ou a doação não forem possíveis, os indivíduos podem fazer a compostagem, que gerará um adubo orgânico que pode ser utilizado em hortas pessoais, não se tornando apenas lixo.