É notório que a Polícia Militar brasileira gera diversas opiniões na população e uma questão que vem sendo muito debatida é a sua desmilitarização. Apesar de não ser unanimidade na população - conforme mostra a recente pesquisa do portal online do senado - a desmilitarização vem sendo encarada por muitos como uma solução para diversos problemas na PM. Entre esses problemas que podem ser resolvidos, destacam-se como principais os constantes erros humanos e a corrupção que abrange as polícias, dos praças ao estado maior. Sabe-se que diversos foram os casos divulgados na mídia envolvendo policiais militares e falhas em diversas ações, seja por provável despreparo no treinamento, como no caso do ônibus 174 ou por excessos, como no caso da morte do pedreiro Amarildo, ambos acontecidos no Rio de Janeiro. Estes eventos levantam a questão sobre o preparo do policial militar para lidar com a população e protegê-la. Além disso, o treinamento militar não é normalmente voltado a população, e sim, a conflitos, o que gera muita reclamação de cidadãos sobre a forma como são abordados ou revistados. Além disso, há também os casos de corrupção nas polícias militares. A hierarquização da corrupção que se entranhou nas polícias criou uma espécie de coronelização em diversos batalhões. No Rio de Janeiro, por exemplo, alguns batalhões que tem seus comandantes corruptos, obrigam os praças que fazem o policiamento ostensivo a proteger certos estabelecimentos que pagam propina por essa proteção ilegal. Transforma-se assim a polícia numa segurança privada de alguns, ignorando o restante dos cidadãos e visando interesses particulares de oficiais de alta patente, que conseguem forçar a punição aos que descumpram as ordens, disfarçando o motivo facilmente. Situações parecidas também ocorrem entre aqueles de baixa hierarquia, em escala menor, porém com mais frequência. Diante disso, há fatos que mostram porque o debate da desmilitarização tomou força no Brasil. Esse processo pode melhorar muito a qualidade da polícia ostensiva brasileira . Caso isso aconteça, a união entre as polícias civil e militar para formação de uma única de natureza civil mostra-se mais adequado para o cidadão ao lidar com a população, devido a mudança do treinamento dos novos integrantes e a maior adequação dos direitos humanos às abordagens. Vale ressaltar também que a corrupção em instituição civil tende a ser mais fácil de ser denunciada e dar mais espaço para os de cargos inferiores denunciarem, visto que transgressões precisam ser pautadas em código civil e, portanto, necessitam de motivos mais consistentes do que no código militar. Dessa forma, a população terá uma polícia mais próxima e consciente dos direitos do povo.