Max Weber afirmava que o uso da força (violência) é legitimado como um direito do Estado e instâncias como exército e a polícia são criados para auxiliar o mesmo. Nesse sentido, o debate no Brasil, hoje, se divide entre os quais são a favor da total desmilitarização,como proposta de reforma para diminuir a violência e os quais concordam com o posicionamento de Weber. Em uma primeira análise, a problemática estabelece-se na base de formação. As técnicas de treinamento, extremamente violentas visam, na teoria, combater inimigos externos. O vereador Coronel Camilo concorda com essa prática e afirma "a hierarquia, disciplina e treinamento diário são fundamentais para o controle militar". Entretanto, o cidadão à mercê de sua condição social, vira o alvo dessa alta repressão,sofrendo com abuso de autoridade e totalmente alheia aos direitos humanos. Desse modo, a militarização impede uma gestão de decisões de forma justa e popular. É necessário, portanto, modificações estruturais, visto que o objetivo da polícia é proteger a população e não enfrentá-la como inimiga da nação. É como no livro "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago, que diz "se não há um governo e policiamento justos que mantenham a ordem e a segurança sem ferir os direitos humanos, o caos e a barbárie estarão instalados." Diante da situação exposta, é necessário antes de tudo que os direitos do policial sejam respeitados e que ocorra um tratamento e julgamento igualitário a qualquer cidadão. Além disso, o Ministério da Justiça deve acompanhar e fiscalizar o abuso de autoridade e desvio de conduta de policias. Por fim, é necessário conscientizar os militares por meio de palestras e campanhas administradas por organizações que defendam os direitos humanos. Com isso, ganham os PMs e a sociedade, que terá uma polícia treinada não para a guerra, mas para proteção dos direitos e promoção da cidadania.