A polícia brasileira, sobretudo a militar, opera de forma muito vezes violenta, e errônea, gerando insegurança na população. A formação militar – na qual a preparação volta-se para conflitos bélicos e não para agir dentro da sociedade – é considerada um dos motivos para tal cenário. Dessa maneira, a desmilitarização da polícia pode ser a solução, entretanto, é válido ressaltar que a criminalidade no Brasil é elevadíssima, o que torna a questão mais complexa. Por um lado, o preparo recebido pelos policiais militares torna-os despreparados para a ação dentro do país. Diferente de um estado de guerra, em sociedade civil a polícia deve zelar pela segurança dos cidadãos, garantindo o respeito aos direitos humanos, função para qual eles encontram-se inaptos. Esse cenário é responsável pelos diversos episódios violentos protagonizados pelos agentes de segurança cotidianamente. Na contramão, é válido ressaltar que, segundo a OMS, o Brasil é o 11° país com maior taxa de homicídios, revelando elevadíssima criminalidade, nesse contexto, a necessidade de um combate ostensivo a essas atividades ilegais muitas vezes exigem um potencial que apenas os policiais militares possuem. Exemplo disso é o que acontece em muitas favelas, na qual seus domínios por facções criminosas geram um quadro onde estas tornam-se praticamente um estado inimigo dentro do país. A desmilitarização, em vista disso, é benéfica, porém não deve ser realizada repentinamente no contexto atual. É necessário, em primeiro lugar, aplica-la apenas nas regiões em que os conflitos e a criminalidade são mais isolados, ou seja, lugares que não exigem demasiado efetivo policial. Já nas regiões mais violentas exigem, antes de tudo, um maior controle e redução de sua criminalidade, por meio de uma ação conjunta e eficaz realizada pelos órgãos de segurança pública. Somente com níveis reduzidos de bandidagem a desmilitarização poderá ser concluída, preparando os policiais para atuar dentro de uma sociedade.