O Brasil convive diariamente com casos de violência, seja ela policial ou não. Para contornar esse problema, surgiu a proposta de desmilitarização da polícia militar, que permitiria a construção de uma polícia cidadã e atuante na prevenção de práticas criminosas. Há quem pense que desmilitarizar a polícia implicaria no aumento dos índices de criminalidade. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o país registrou cerca de 60 mil homicídios em 2014. Ou seja, apesar de termos uma polícia atuante e repressiva, tal condição não é suficiente para diminuirmos as estatísticas. Nesse contexto, desmilitarizar a polícia militar significaria uma flexibilização de suas ações, permitindo que os policiais atuem não somente prendendo indivíduos, mas ao lado da sociedade, prevenindo as práticas criminosas. Além disso, de acordo com a décima edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os gastos com a segurança chegaram a 76,2 bilhões de reais em 2015. É evidente que tais recursos não tem surtido efeito no combate ao crime. Desse modo, urge a necessidade de mudarmos o direcionamento dos recursos. Desmilitarizando a polícia, seria possível que o Estado investisse em ações de inteligência, sendo muito mais efetivo no combate ao crime. É evidente, portanto, que a atual organização policial precisa ser revista. É necessário que os governos brasileiro e estaduais atuem propondo debates e investindo em propagandas sobre a desmilitarização da polícia militar, trazendo a sociedade civil para a discussão. Além disso, é preciso que a própria instituição policial esclareça os militares sobre o que é desmilitarizar. Precisamos unir a polícia e a sociedade, para assim construirmos uma polícia verdadeiramente cidadã.