Desde o século XVI, com a chegada oficial dos portugueses em terras brasileiras, todas as revoltas foram punidas com muita repressão pelo Governo auxiliado pelas forças de segurança que deram origem à Polícia Militar. A desmilitarização dessa entidade apresenta tanto aspectos positivos quanto negativos, se, por um lado, promove mais respeito aos policiais e a população, por outro, fragiliza o controle de uma tropa muito numerosa. No que se refere ao respeito dos policiais e da sociedade como seres humanos, vemos que a militarização tem preparado esses agentes mais para a guerra do que para lidar com a sociedade. Além do mais, tratar esses servidores humanamente implicará em abordagens mais condizentes com o que a maioria do povo brasileiro merece. Relativo à fragilização do controle da tropa, o Coronel Camilo afirma que os policiais militares formam um contingente maior que o do próprio Exército, e, por isso, merece um controle mais rigoroso por parte do Estado, o que justifica o militarismo. Além disso, esses agentes de segurança têm muito poder em suas mãos, sendo frequente os casos de abuso de autoridade, reforçando a necessidade de se manter um maior rigor punitivo sobre eles. A desmilitarização é, portanto, desnecessária, bastando uma reformulação da prática policial atual. Os Governos Estaduais têm que integrar o serviço das duas polícias, a civil e a militar, por meio de prédios onde elas possam trabalhar juntas, aumentando a eficiência da segurança pública. Ademais, o treinamento desses servidores deve ser reformulado, com atualizações constantes, sempre pensando em melhorar o atendimento da população. Outrossim, os excessos do Código Penal Militar, como as prisões por atraso ao serviço, têm que acabar para melhorar a autoestima desses agentes. Segundo Thomas Hobbes, o homem é o lobo do homem, daí a necessidade de haver um forte controle do Estado para evitar o aumento da violência.