Título da redação:

Pequenas guerras diárias

Tema de redação: Desmilitarização da polícia militar

Redação enviada em 13/03/2017

A polícia militar tem origem nas Forças Nacionais, criadas no Brasil Império, e tem com a função preservar a ordem pública, no âmbito dos estados e do Distrito Federal. Sendo treinados como militares, em algumas ocasiões utilizam métodos violentos desnecessários contra a população, colocando em discussão uma possível desmilitarização dos mesmo. Contudo, vale lembrar que esse segmento da sociedade vive diariamente riscos e perdas, enfrentando inúmeras pequenas guerras. Sendo assim, é primordial essa preparação, pois mesmo não estando nos campos de batalha, estão lutando pelo país e pela vida. Em primeiro lugar, essa discussão não é recente. Desde de 2006 vem-se levantando essa hipótese, sendo alegado que muitas vezes a polícia militar enfrenta com violência extrema, abuso de poder e matança abusiva. Um dos casos a ser lembrado foi o episódio ocorrido no presídio Carandiru, onde mais de 100 presos foram mortos pelos agentes durante uma rebelião. É indiscutível que os mesmos não deveriam ter feitos isso, já que foi puramente crueldade, porém, em um país tão violento como o Brasil, os policiais não podem hesitar nem um segundo, pois aqueles que enfrentam também não titubeiam. Vale lembrar que, a militarização da polícia enrijece os atos, sendo eles submetidos a tratamentos e treinamentos militares, punições jurídicas do exército, hierarquia e centralização do poder. O grande foco daqueles a favor da desmilitarização é que As forças armadas são treinadas para combater o inimigo externo, para matar inimigos. Já a polícia deve garantir dos direitos dos cidadãos, assegurando dignidade e respeito. Contudo, não é porque a polícia é militar que deve agir como tal. Ela deve pegar os ensinamentos como hierarquia e obediência e usar para o tratamento civil, tomando as decisões adequadas a cada situação vivenciada. Assim, infere-se necessário a continuação do treinamento militar, pois fatos isolados não podem ser generalizados como atos rotineiros. Todos os dias esses indivíduos vestem suas fardas e saem em busca da proteção do próximo, colocando sua própria em risco. Sendo assim, tirar a base de sustentação é uma agressão a este órgão tão ativo e antigo em nossa sociedade. Como visto recentemente no Estado do Espirito Santo, a polícia é essencial ao funcionamento de toda a esfera pública, e sua formação é um dos principais pilares que tornam o controle da violência possível. O que pode ser feito para amenizar essas agressões que fogem ao controle, é um treinamento mais humanizado, com cursos, palestras e constantes avaliações psicológicas dos agentes, feitas pelo Ministério da Segurança em conjunto com a Polícia Militar, para assegurar uma saúde mental adequada para o serviço ser realizado e garantir discernimento correto daqueles que protegem a vida.