Muitas pessoas acham que a desmilitarização da polícia militar baseia-se em seu desarmamento, quando na verdade a proposta consiste na mudança da Constituição, por meio de Emenda Constitucional, de forma que polícias Militar e Civil constituam um único grupo policial, e que todo ele tenha uma formação civil. Não é desejável que um corpo responsável por manter a ordem pública e o cumprimento da lei esteja organizado nos moldes de um exército, ou seja, para a guerra. A desmilitarização é positiva inclusive para os policiais, que são submetidos a uma justiça militar (que prevê inclusive pena de morte em determinados casos), não têm acesso a direitos trabalhistas e têm os direitos humanos desrespeitados. As forças armadas são treinadas para combater o inimigo externo, para matar inimigos. Treinar a polícia assim é inadequado, pois o policial deve respeitar direitos, bem como deve ser julgado como um cidadão comum e não por uma Justiça Militar. Portanto, o problema não é na estética militar, na exaltação de símbolos ou na prática da disciplina, é nos desrespeitos aos direitos, "filosofia de guerra", na formação de um guerreiro. A proposta de desvincular a policia do exército prevê tornar as ações menos violentas, mais humanitárias. Fazer a desmilitarização de repente é um processo inviável, e medidas cabíveis para realiza-lo gradativamente seriam aumentar o poder dos municípios e dividir as forcas para melhorar o controle, criar um modelo novo para polícia visto que a estrutura da polícia civil não é a ideal, a instalação de uma comissão na câmara para estudar o tema e deixar material pronto para próxima legislativa. Cabe também aos próprios cidadãos sairem de seu estado de ignorância e buscarem se informar sobre o assunto para não confundirem mais a desmilitarização com o desarmamento ou a extinção da PM.