De acordo com o censo comum, grande parte da população enxerga as instituições militares como seus algozes. Nesse cenário, muitos utilizam-se de inúmeros argumentos para justificar a desmilitarização da polícia. Porém, entre eles é importante pontuar a influência da rigidez em que esses soldados são submetidos à população civil, bem como o caráter desumano aos quais eles são obrigados a passar. A priori, como pontuou o sociólogo Max Weber, o Estado é a instituição que detém o poder da força. Nesse contexto, no Brasil essa força pode ser refletida pela polícia militar. Historicamente, essa instituição foi responsável por repressões de movimentos sociais, como ocorreu na república oligárquica e como ainda continua ocorrendo nos dias atuais. Ademais, os militares obtiveram um maior fortalecimento durante a ditadura militar. Destarte, esses fatores são perpassados a sociedade nos dias atuais, por meio da atuação da polícia nas ruas, em seu trabalho ostensimo etc. Além disso, a forma em que essa polícia é estruturada, isto é, em uma hierarquização militar, sob uma estratificação de castas, os casos de violação dos direitos humanos dos policiais são sempre presentes. Logo, não é muito difícil encontrar casos em que essas violações são transferidas para os civis. Não o bastante, muitos soldados que por causa da hierarquia militar, são condenados administrativamente por atos que muitas vezes são banais, como por exemplo chegar atrasado, podem ser utilizados para demonstrar o demérito desse tipo de organização. Dessa forma, os poderes executivo, legislativo, bem como o judiciário, devem debater e aprovar a desmilitarização da polícia por meio de uma reforma institucional. Concomitantemente a isso, os sindicatos dos policiais militares, conjuntamente com as secretarias de ensino regionais, federais e a mídia, devem criar programas de conscientização popular com o objetivo de apresentar a sociedade os benefícios que eles teriam com uma nova polícia militar não hierarquizada como era antes.