É certo que a questão da desmilitarização da polícia militar no Brasil tem sido tema de grandes debates. Divergência de opiniões são comuns principalmente entre aqueles que lutam pelos direitos humanos e os que defendem o sistema ditatorial. Dentre tantos fatores relevantes, destacam-se: o abuso de autoridade e a metodologia de treinamento. Sabe-se que os excessos cometidos na atuação dos policiais militares que ultrapassam os limites da autoridade a qual exercem é um dos problemas mais frequentes identificados pela sociedade. Constantemente, noticiários mostram casos desses agentes envolvidos em escândalos por agirem de forma contrária àquelas pretendidas pelos direitos humanos. Para os seus defensores, a desmilitarização da polícia trará ganhos para os próprios policiais e também para a sociedade, por considerar que esses servidores serão treinados para a proteção dos direitos e promoção da cidadania. Por outro lado, os que defendem o sistema baseado na hierarquia e na disciplina afirmam que o militarismo ajuda a conter os agentes que lidam com o poder de tirar vidas e garantem que a solução não é a desmilitarização, e sim a mudança da metodologia de treinamento oferecido aos militares. Atualmente, pela polícia militar ser uma força auxiliar das Forças Armadas, o ensino é baseado em situações extremas, o que acaba por formar um efetivo preparado para casos diversos, entretanto, isto gera também um distanciamento da sociedade. Desta forma, acredita-se que se deve conscientizar os policiais constantemente quanto a aplicação da ética e cidadania na atuação do serviço. Diante do exposto, percebe-se que ainda há muito a discutir a cerca da desmilitarização da polícia militar. No entanto, é indiscutível que medidas precisam ser tomadas para que o quadro atual seja revertido. Assim, apostar na mudança da metodologia de treinamento e somar com programas de integração da polícia com a comunidade promoverá ganhos significativos para toda a sociedade.