É evidente que os poderes outorgados às polícias militares auxiliem na repressão ao crime organizado. Entretanto, o uso de violência policial não é uma solução definitiva para a prevenção de novos delitos. Por isso, a polícia deve ter um papel social mais amplo, no sentido de garantir a manutenção das leis. Para a maioria da população, a presença militar em grande número nas ruas transmite a sensação de segurança necessária à locomoção. De outro tom, quando a mídia noticia a apreensão de armas e drogas, fortalece-se a ideia da eficiência da polícia militar. Tudo isso corrobora a teste de que as ações policiais são eficientes pelo caráter militar das abordagens, a partir da premissa que o poder militar é respeitado por todos. Alternativamente, a segurança pública depende de ações não tão coercitivas quanto as próprias de militares. Visto que atividades criminosas são, na maioria, ocultadas aos olhos da sociedade, falta à polícia militar a capacidade de maior interação com investigadores e pesquisadores civis. A prevenção criminal é uma atividade que exige uma descaracterização do militarismo, pois exige que os servidores sejam tratados igualmente, sem adoção de patentes, para que privilegie a autonomia da atividade policial em projetos de prevenção e ressocialização. Tal papel humanista justifica-se por uma visão una dos direitos fundamentais cujo cumprimento cabe ao Estado. A militarização da polícia, entretanto, é um tipo de poder que evita o diálogo e a compreensão, devendo ser substituído por equipes multidisciplinares que transformem a realidade social de milhares de brasileiros sem oportunidades sociais. Verifica-se, pois, que a polícia militar é um instrumento do Estado para a repressão criminal, reconhecido apenas pelo poder de usar a força. Mesmo assim, dado o cunho sorrateiro do crime, melhor seria evitar a entrada de novos inimig do que combatê-los arduamente,