É possível afirmar que as civilizações gregas, ao valorizar o ideal de corpo e mente "perfeitos", discriminavam as pessoas portadoras de deficiência, visto que essas eram executadas ou excluídas pela sociedade. Já nos dias atuais, no Brasil, os deficiêntes possuem direitos garantidos pela Constituição Federal, como o acesso à formação educacional, para assim, assegurar a inclusão. No entanto, é incontrovertível que o país enfrenta dificuldades, como desafios ligados à formação de surdos. Tais desafios percorrem o campo do preconceito e da ausência de estrutura adequada. Nesse contexto, é incontestável que os surdos ainda sofrem com a discriminação social. Partindo desse princípio, sentimentos como medo e sensação de inferioridade podem levar à desmotivação e à falsa impressão de estarem condenados a viver à margem. Outrossim, a mídia também contribui para o afloramento desses sentimentos, ao passo que falha ao não divulgar casos de superação e dar ênfase a acontecimentos relacionados ao preconceito. Além disso, o mercado de trabalho também influencia já que encontra-se cada vez mais saturado e carente de políticas de inclusão. Segundo um dos maiores pensadores da modernidade, Pierre Bourdierre, o sistema educacional atua como reprodutor da desigualdade social ao priorizar alunos que se enquadram no padrão imposto pela sociedade, ou seja, aqueles que possuem capital cultural e se destacam no meio social. Sendo assim, ao frequentar escolas, por mais que sejam inclusivas, alunos surdos se deparam com falta de profissionais adequados e até mesmo materiais específicos. O número de livros que adotam o sistema Braille e de profissionais que dominam a língua Libras, por exemplo, ainda é pequeno. O Brasil, portanto, encara desafios no âmbito da formação de surdos. Diante disso, é imprescindível que o Ministério da Educação atue em conjunto com o Ministério da Justiça na promoção de campanhas, realizadas através de todo recurso midiático, que despertem nos surdos a vontade de frequentar a escola, ao passo que combatam o preconceito. Além disso, é fundamental que garantam o oferecimento de material apropriado, profissionais especializados e políticas de inclusão em empresas, a fim de levar o acesso à educação para mais um setor da sociedade.