Segundo Sartre, filósofo existencialista francês, o homem está condenado a ser livre, pois, uma vez lançado ao mundo, ele é responsável por tudo o que faz. Dessa forma, compete-lhe tornar o mundo mais incluso no âmbito social e educacional. Porém, no que tange a esse pensamento, no Brasil, isso não ocorre, pois, ainda em pleno século XXI, existem desafios para a formação educacional de surdo – o que promove à exclusão social. Tal fato revela um descaso governamental somado à inconsciência cidadã. A existência de projetos brasileiros que visam garantir uma educação qualificada para a sociedade com deficiência auditiva e incluir o mesmo no meio social é inegável. A Constituição Federal do Brasil, a qual afirma que todo e qualquer cidadão independente de cor, raça, sexo e sobretudo que tenha algum tipo de deficiência auditiva, tem direito a uma educação de qualidade, é exemplo de medida que tenta, de certa forma, oferecer oportunidade de estudo para os surdos. No entanto, medida como essa não é suficiente para enfrentar os desafios acerca dos problemas educacionais que os surdos sofrem no Brasil, pois boa parte da população falha na realização do exercício da cidadania, uma vez que a educação para surdos já teve seus dias de privilégio, no período de Dom Pedro II, em que foi criado uma instituição educativa para formar as pessoas com problema de audição. Entretanto, essa realidade não é a mesma na atualidade, pois cresce constantemente os índices de indivíduos que são surdos e estão fora do espaço escolar, por não possuir adaptações adequadas, como libras, e acompanhamento profissional para ajudar no seu desenvolvimento escolar, acontecimento esse que prejudica à formação plena da sociedade e na construção de um futuro profissionalizado, pois segundo o Blog i.Social, cerca de 7 milhões de pessoas que possuem algum tipo de deficiência estão fora do mercado de trabalho – tudo isso proveniente de frágil sistema educacional oferecido para uma considerável parcela da sociedade, que não é capaz de incluir os deficientes auditivos no âmbito escolar. A verdade é que, enquanto o Estado não promover maiores investimentos na base educacional, o homem viverá em uma sociedade na qual a diferença será um motivo para a exclusão. A fim de que, no Brasil, a população possa concretizar o pensamento de Sartre, compete ao Governo Federal envolve-se mais precisamente no aprimoramento de novas técnicas sobre as necessidades dos surdos, por meio de investimentos da Lei de Acessibilidade, com o objetivo de promover profissionais qualificados em libras, assim como reforça as leis já existentes com o intuito de minimizar os casos de escolas sem recursos necessários para os surdos. Para tanto, é plausível que instituições educativas, como escolas e universidades, realizem por intermédio de palestras, as quais devem ser ministradas com auxílio de ONGs voltadas para a formação de uma sociedade inclusa com a diferença do próximo e planejada educadamente para atenuar os desafios que os surdos sofrem na atualidade.