Desde o mundo antigo até o atual,sempre houveram pessoas que adquiriram ou nasceram com alguma limitação corporal, deixando de ouvir, falar ou enxergar. Na antiga constituição romana, o Estado dava direito aos pais de sacrificarem os filhos com qualquer tipo de má formação, sob a justificativa de não existir espaço para eles na sociedade. Nos dias atuais, políticas de inclusão foram estabelecidas para criar maior acessibilidade a pessoas surdas, contudo, a formação educacional desses cidadãos ainda é um problema no Brasil e sua valorização como indivíduo é fragilizada por noções preconceituosas. De acordo com Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Dessa maneira, a sociedade contemporânea precisa ampliar seu campo de visão em relação aos deficientes auditivos, reconhecendo-os como pessoas intelectualmente capazes de exercer alguma função na comunidade e que apenas utilizam uma linguagem diferente da usual. Dessa forma, é necessária a participação do Estado na realização de eventos em centros educativos, nos quais os surdos possam mostrar suas aptidões. Entretanto, a infraestrutura educacional brasileira não dispõe dos meios necessários para a realização dessa tarefa. A falta de intérpretes nas escolas públicas cria um cenário de exclusão, onde pais com condições financeiras debilitadas gastam grande parte de sua renda para manter os filhos surdos em escolas particulares que forneçam os recursos necessários para sua educação, gerando complicações nas finanças da família. Assim sendo, medidas são necessárias para resolver o impasse. Em contraste com os atos da antiga sociedade romana e tendo em vista o reconhecimento do intelecto de pessoas surdas, o Ministério da Educação e Cultura deve instituir palestras ministradas por surdos nas escolas e faculdades públicas, contratando profissionais para a realização da tradução simultânea de libras para o português. Além disso, o governo federal deve investir uma maior parcela dos impostos na educação, objetivando o fornecimento de intérpretes nas escolas por meio do requerimento dos pais junto a órgãos públicos.