Inclusão social deve ser de todos Historicamente, a inserção do portador de necessidades especiais na sociedade brasileira é ineficiente. Um grande exemplo é que, mesmo com o amparo da Constituição de 1988, a Língua Brasileira de Sinais só foi regulamentada no início do século. Apesar desse grande avanço, o acesso à educação dos deficien- tes auditivos não foi plenamente democratizado, prejudicando a inclusão social. Em primeiro lugar, vale salientar que, de início, investiu-se em um modelo de escolas diferenciadas, onde estudantes surdos não frequentariam as mesmas instituições de pessoas sem essas dificuldades. Sabiamente, o Ministério da Educação considerou essa prática ultrapassada e, nos anos 2000, o foco foi a inclusão, isto é, as redes de ensino regular ofertariam o estudo da Libras e do sistema Braille. A implementação, todavia, não surtiu o efeito desejado, pois faltou capacitação dos professores para lidar com alunos especiais, além de serem insuficientes os investimentos em tecnologia assistiva, principalmente, em cidades pequenas. Outrossim, a revista "Nova Escola" publicou, no semestre passado, uma matéria relatando que várias empresas relutam em contratar empregados portadores de neces- sidades especiais por preconceito ou, simplesmente, pela dificuldade que essas pessoas possam apresentar. Para combater esse comportamento, Organizações Sociais agem em todo o país como o projeto "Almir do Picolé", que ajuda na formação de deficientes visuais e auditivos, em Sergipe, com aulas de computação, pintura e cursos técnicos, além de afas- tá-los da violência e das drogas. Fica claro, portanto, que para a plena inclusão social das pessoas surdas, é de fundamental importância que os estados, através das secretarias de educação, invista na capacitação profissional continuada dos professores, com cursos periódicos, a fim de prepará-los para lidar com jovens especiais. Ademais, instituições como o Senac e o Serpro podem oferecer estrutura tecnológica em cidades carentes de verba. O Governo Federal precisa agir dando estabilidade e incentivos fiscais a empresas com funcionários surdos no intuito de incluí-los no mercado, enquanto a TV aberta divulga o desempenho de ONG's e arrecada fundos para o setor. Juntos, Poder Público, Grande mídia e Organizações poderão fazer um país igualitário.