O Brasil, mesmo sendo uma grande potência em desenvolvimento, ainda lida com alguns problemas sociais de forma arcaica. A inclusão de deficientes auditivos representa um desafio a ser enfrentado de maneira mais organizado pelo tecido social brasileiro. Para tanto, convém analisarmos as consequências dessa problemática. Em primeiro plano, temos um Estado que falha em assegurar os direitos civis constitucionais dos deficientes auditivos, o que se evidencia pela falta de escolas inclusivas com profissionais preparados para acolher este público, tendo em vista que o número de surdos que frequentam as escolas de ensino fundamental tem decrescido consideravelmente, principalmente em cidades do interior e estados do nordeste, segundo fontes da revista digital G1. Ademais, vivemos em uma sociedade baseada na solidariedade orgânica, teorizada por Émile Durkheim, como sendo uma sociedade pouco harmônica e desprovida de senso de coletividade, e que por cultura exclui o diferente, tendo em vista a dificuldade que enfrentam diante as tarefas mais simples, como ir ao supermercado, por falta de sinalizações visuais e funcionários que reconheçam as libras como idioma nacional e o pratiquem, até no lazer ao assistir TV, que raramente tem interpretes da linguagem dos sinais em seus programas. Portanto, o Governo deve atuar em conjunto com a Receita Federal para remanejar verbas para as escolas públicas, a fim de capacitar seus funcionários por meio de cursos de libras e braile, e também ordenar ambientes que melhor atendam os deficientes auditivos. Também caberia as principais mídias informativas e de propaganda incluir este público em campanhas e comerciais para conscientizar a população, e transformá-la em uma sociedade mais empática e receptiva às todas as formas de deficiência.