O Conselho Nacional de Justiça, CNJ, divulgou uma resolução que obriga todos os concursos públicos para tribunais conter a matéria em seu edital sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência, norma que estipula que todas as repartições públicas devem apresentar servidores fluentes em libras. Fato que demonstra um início de evolução no quesito inclusão no país. No entanto, formar e capacitar deficientes auditivos no Brasil é um grande desafio, visto que essas pessoas esbarram diariamente, não só em falta de estrutura e profissionais qualificados nas instituições de ensino, como também preconceito e falta de alteridade. Primeiramente, é muito recente a preocupação com a educação de surdos, fato comprovado pela legislação nacional, na qual somente há quinze anos libras é considerada como segunda língua oficial no país. Esse aspecto demonstra que investimentos em educação inclusiva é muito incipiente. Dessa maneira, professores deparam-se com desafios, como incluir um estudante, sendo que não receberam qualificação e estrutura para isso. Outrossim, quando Milton Santos, geógrafo brasileiro, fala que a alienação vem da capacidade de conseguirmos enxergar somente o que nos diferencia e não o que no une, corrobora para entendermos a origem da discriminação que ocorre quando um surdo entra para o ensino regular. Esse estranhamento gera dificuldade para socialização com os demais, então são necessárias medidas educacionais urgentes para desenvolver a empatia e alteridade. Portanto, a formação educacional de deficientes auditivos é um grande desafio no Brasil. Todavia, há muito o que fazer para reverter esse cenário problemático. Para isso, o Ministério da Educação deve investir na capacitação dos professores da rede pública de ensino, promovendo cursos de aperfeiçoamento e de libras. Ademais, o Governo deve tornar obrigatório o ensino do idioma como segunda língua nas escolas, para desenvolver a capacidade de comunicação e vivência, assim, poderemos enxergar o que nos une.