O ser humano é aquilo que a educação faz dele. A frase de Immanuel Kant, trazida para o contexto brasileiro, leva a entender que os tristes dilemas vivídos pelos surdos referente ao processo educacional precisam ser superados. São estes, principalmente, a falta de preparação das instituições de ensino associada ao preconceito ainda existente. Em primeiro lugar, é importante entender que o sistema educacional do país não está preparado para inclusão. É relevante entender isso, pois apenas um pequeno número de escolas comuns (não especializadas) conseguem incluir os surdos, apenas um pouco mais de vinte mil matriculas em 2016, de acordo com uma fonte do Ministério da Educação. Em razão disso, muitos deficientes auditivos se enxergam obrigados a frequentar escolas especializadas que além de promover a exclusão, muitas não tem infraestrutura e qualidade para formação educacional. Além disso, a falta de preparação nas instituições brasileiras causam na família um receio de que o deficiente possa sofrer “bullying”, isto agrava ainda mais a condição destes. Em segundo lugar, corrobora com o problema o fato de ser reduzida a aceitação. Isso porque, apesar de ser crime, previsto na constituição de 1988, há um intenso preconceito na população brasileira. Em detrimento disso, muitos surdos se encontram sem estudar, seja pelo medo de sofrer preconceito, ou pelas restrições impostas pela família como forma de proteção. Somado a isso, a liquefação das relações sociais, defendida por Zygmunt Bauman, leva as pessoas a não se importar com as dificuldades dos outros, isto faz com que elas desprezem quem é “menos produtivo”. Fica claro, portanto, que ações são necessárias para garantir o direito constitucional de inclusão dos surdos. Para tanto, o Ministério da Educação necessita desenvolver projetos que preparem as escolas para inclusão, por meio de palestras, campanhas e capacitações por especialistas para preparem alunos e professores para uma educação inclusiva. Ademais, a mídia é fundamental, pois precisa criar campanhas de combate ao preconceito, por intermédio de divulgação midiática, com o intúito de promover a aceitação social.