A sociedade distópica retratada no livro 1984 de George Orwell é relatada como um mundo em que o governo vigia a tudo e todos durante todo o tempo, dizendo inclusive como devem pensar e agir. Na vida real, a mídia se tornou uma poderosa arma de controle social, ditando costumes e dizendo a quem devemos amar e odiar. Tal influência pode apresentar graves consequências para a sociedade no que diz respeito à liberdade individual e na manipulação de opiniões, inclusive no aspecto político. A discussão dos limites da influência da mídia e em sua utilização pelo governo e a divulgação de notícias falsas deve ser levada em conta para garantir que todos tenham liberdade de pensamento. Os anos de 2016 e 2017 marcaram uma série de notícias falsas que acabaram em violência e morte. Um dos casos notáveis foi o da mulher espancada no Guarujá após a divulgação de uma foto em que era acusada de sequestrar crianças. Com o aumento no uso da internet, as notícias falsas ganharam força, fazendo inclusive com que o Facebook adotasse medidas especificamente para acabar com este tipo de informação. Isso mostra o quanto uma notícia na Internet pode se espalhar e criar consequências fora da rede, como ocorre em um episódio da série Black Mirror, em que uma tendência na rede faz com que as pessoas cujos nomes estão em um site sejam assassinadas. Além disso é importante notar como a política pode utilizar a mídia para se favorecer, como ocorreu na década de 30 em que o programa "Hora do Brasil" era transmitido no rádio com o intuito de enaltecer o então presidente Getúlio Vargas. Com o aumento na tendência de notícias falsas e o uso intenso da Internet no país, fica claro que apenas uma notícia pode manipular uma eleição ou ainda incitar ódio ou apoio a políticos específicos. Tal prática pode ferir o artigo 5° da Constituição que garante liberdade a todos, pois a alienação de pensamento pode se caracterizar como uma privação ao livre arbítrio. Dessa forma fica clara a necessidade de garantir o direito ao pensamento e liberdade individual. A mídia pode passar a oferecer programas que abordem diferentes pontos de vista para a população saiba o que escolher por si só. Ademais, o pensamento crítico deve ser incentivado desde cedo nas escolas, podendo ser feito por meio de debates e análise de notícias. Além disso, as redes sociais devem intensificar o controle em relação às notícias falsas para que não tenham alcance. Assim, os direitos individuais serão preservados e apenas a verdade prevalecerá.