Na década de 40, durante o governo Varguista, Carlos Lacerda, dono de um importante jornal, publicou calúnias e denúncias que levaram a protestos e, posteriormente, à deposição do presidente da república, a quem Lacerda era opositor. Atualmente, esse tipo de manipulação ainda existe, visto que grande parcela da sociedade recebe as informações midiáticas como verdades absolutas, o que induz à necessidade de ações estatais. A poderosa influência da mídia, principalmente impressa e televisiva, é resultado do ensino público brasileiro, que é ineficaz na medida em que, em geral, não estimula o pensamento crítico dos jovens mas a reprodução de conteúdo. Segundo o filósofo Immanuel Kant, é somente por meio da educação que o indivíduo é capaz de alcançar a verdadeira liberdade. Assim, mudanças na base educativa são essenciais para formar alunos mais pensantes. Contudo, o problema também está na falta de inclusão digital. Sendo o Brasil um país marcado por desigualdades sociais, a internet não chega no domicílio de muitas pessoas, cerca de 50%, segundo dados do IBGE. Assim, são restritas as possibilidades da busca por pluralidade de opinões, o que gera alienação em relação à posição político-ideológica de determinado veículo de comunicação. Medidas são necessárias, portanto, para resolver o impasse. O MEC deveria reestruturar o currículo escolar brasileiro, introduzindo debates sobre atualidades que podem acontecer semanalmente nas aulas de ciências humanas, mostrando posições diversas acerca do mesmo tema. Além disso, o Governo Federal, por meio de parcerias com a iniciativa privada, deve instalar redes de internet sem fio gratuita em praças movimentadas das principais cidades do país. Dessa maneira, o acesso à informação ocorreria de forma mais democrática.