Desde a Revolução Industrial, o avanço tecnológico demonstra suma importância social. Acompanhada do desenvolvimento capitalista e consumista por meio da globalização, está a criação de meios de comunicação que atingiram dimensões gigantescas e direções inesperadas. Ao mesmo tempo em que eles são indispensáveis para diversas esferas sociais, servem também como meio de dominação para órgãos, ideologias e governos influentes, os quais, deste modo, acabam por perpetuarem seu destaque. O consumo de informações e a utilização de meios de comunicação possibilitam o cidadão adquirir conhecimento e tornar-se ciente de acontecimentos decorrentes em diversas partes do mundo, sendo capaz de opinar e exercer sua liberdade de expressão e informação. Assim, a enchente de notícias encharca o cotidiano de grande parte dos brasileiros, dos quais 85,6 milhões, segundo o IBGE, possuem acesso à internet. Contudo, tamanha diversidade de informação exclui a parcela da população que não possui acesso a tal benefício, pondo em dúvida a existência da comentada democracia de informação. Pode-se citar como exemplo os praticantes da agricultura itinerante, a exclusão enfrentada por eles acaba por exilá-los do acesso à informação que ao queimar o solo para limpá-lo para o plantio, o mesmo sofre com a queima de vários nutrientes, e assim, logo depois de um tempo, torna-se infértil. Outro obstáculo é o uso da mídia como veículo de dominação para monopólios de diversas parcelas sociais, o que sujeita seus consumidores à manipulação e extingui o conhecimento da existência de diferentes pontos de vista, tornando a informação recebida um dogma, e assim termina por ocorrer a alienação massiva e passiva da população. Portanto, para a execução das leis dos direitos sociais e exercício pleno da democracia e afirmando a frase do escritor Vassili Rozanov, "A democracia é um instrumento com o qual uma minoria bem organizada governa uma maioria organizada", é fundamental que o Estado realize parcerias público-privadas com empresas de internet e voltadas à tecnologia para levar tais avanços às comunidades mais excluídas e também que faça campanhas de conscientização para estimular que os cidadãos filtrem as informações recebidas e reconheçam a existência de diferentes pontos de vista, culturas e opiniões. Deste modo, assegura-se exercício efetivo da democratização da informação no Brasil.