Título da redação:

Informação e autonomia diante da avalanche informacional

Proposta: Democratização da Informação no Brasil: Existe, de fato, liberdade de informação?

Redação enviada em 04/06/2016

O sociólogo Roger Chartier definiu dois conceitos para o mundo globalizado: a universalidade e a interatividade, no qual as pessoas gozariam de mais acesso à informação e que, simultaneamente, poderiam expor suas opiniões. Há, de fato, intensa exposição ao conhecimento, notícias, etc., como ocorrem nas redes sociais, porém, a manifestação das opiniões é diversificada e instigadora de um debate construtivo ou é direcionada a um pensamento único e dominante? Segundo o IBGE, o número de brasileiros com acesso à internet chega a números próximos de 50% da população, o que demonstra um maior acesso à informação. No entanto, o brasileiro comum, diante da imensidão informacional da internet, não possui noções de senso crítico suficientes sobre como lidar com este universo de dados, os quais não são neutros de ideologia, sendo isto consequência da desestruturada educação fornecida pelas instituições de ensino. Seguindo a lógica de Chartier, o brasileiro estaria apenas tomando um papel passivo na interatividade, podendo ser facilmente alvo de manipulação independendo do meio de comunicação. Por outro lado mais otimista, o surgimento das mídias alternativas evidenciam outra face da liberdade de expressão. Nas manifestações de junho de 2013 haviam manifestantes que, através de mecanismos acessíveis, transmitiam ao vivo, pelas redes sociais, os acontecimentos dos protestos sob outra perspectiva, expondo o que grande parte da mídia tradicional evita, como a violência repressiva policial. Tal ruptura pode significar a queda de formadores de opinião de massas ao passo em que ascende um pluralismo de conhecimento que instigue o debate entre os diferentes segmentos sociais. Dado o contexto brasileiro, cabem algumas medidas. É preciso que as instituições de ensino públicas eduquem de forma a estimular o senso crítico nos cidadãos, isto pode ser feito com uma análise cuja função é identificar os recursos linguísticos inteligentes usados pelas mídias para a manutenção de uma ideologia dominante em seus meios de comunicação, pois será desta maneira que os indivíduos construirão uma autonomia apta a enfrentar o mundo técnico-informacional.