No livro “Por Uma Nova Globalização”, o brilhante geógrafo brasileiro Milton Santos discorre sobre o chamado meio técnico-científico-informacional. Tal termo refere-se a contemporânea sociedade marcada pela mundialização as tecnologias e da informação. No entanto, verifica-se que No Brasil esse processo não ocorreu de forma democrática, produzindo, assim, uma desigualdade no acesso e no controle à informação. Ora, existe no país um despotismo da informação. Em primeira análise, destaca-se a disparidade no acesso à internet como contribuinte a essa problemática. A rede mundial de computadores é hoje incontestavelmente a principal via da sociedade para o conhecimento de notícias sobre política, ciência e outras áreas. Porém, uma parcela da população é privilegiada em relação a outra quando se leva em conta o acesso à internet, como aponta uma pesquisa do IBGE, de 2015, enquanto a população que têm renda de 5 salários mínimos apresentam uma média de acesso 81,9% à rede, a parcela que ganha em torno de 1 salário têm média de 54,7%. Logo, representa uma ambiguidade, um país que busca valores democráticos, mas isola uma parcela da sociedade da realidade do mundo. Ademais, soma-se a problemática da informação no Brasil a monopolização dos meios de comunicação. Atualmente vigora no país um sistema de concessão pública para a veiculação de sistema de rádio e televisão. Dessa forma,empresas privadas assumem a transmissão de informações, no entanto essa transmissão é concentrada nas mãos de grupos familiares, como a rede Globo, SBT e Bandeirantes, que podem divulgar notícias de acordo com o seu interesse político ou econômico. Portanto, é importante garantir uma mídia mais plural onde não se possa sobrepor interesses alheios a coletividade, por meio do governo federal com novas regras para a concessão de sistemas de rádio e televisão. Repensar a questão da liberdade de informação é de grande relevância para uma sociedade mais democrática. Nesse sentido, é necessário a criação de meios que permitam o pleno acesso a informação, por intermédio do governo fereral com o ministério das comunicações, como por exemplo a criação de postos públicos onde possa ser disponibilizado serviços de internet para pessoas que não têm condição de acesso e no interior do país, onde falta o serviço.