Os meios midiáticos constituem a base para a disseminação das informações. Principalmente após a Primeira Guerra Mundial, estes tomam uma conotação global e se tornam verdadeiras armas ideológicas daqueles que estão no poder. A Internet, um dos maiores triunfos tecnológicos da comunicação, se tornou, no século XXI, o símbolo aparente de uma irreal democratização do conhecimento. Segundo a Constituição Brasileira de 1988, a liberdade de expressão é direito natural do indivíduos, e a dominação totalitária dos meios de informação é terminantemente proibida. O aumento do acesso da população à televisão – em 2010, 91,5% das residências possuíam este aparelho – e à Internet – cerca de 49,4% dos cidadãos estão conectados – configura o relativo cumprimento da legislação no que tange ao alcance dos indivíduos a esses canais de conhecimento. Porém, a dominação das mídias por meio das ideologias hegemônicas está presente como modo implícito de controle das opiniões e das ações das pessoas. Visto que o sistema capitalista encara todos os setores de uma sociedade como mercadoria, a tecnologia e os meios midiáticos não são somente produtos, mas instrumentos desse modo de produção. Para Adorno e Horkheimer, a alienação – agente formador da cultura e da sociedade de massas – é justamente difundida pelos canais de mídia, os quais carregam a falsa imagem de democratizar o acesso à informação e auxiliar imparcialmente na formação de opiniões. O que se observa, pois, é um descontrole completo da difusão dos fatos e dos pensamentos através de tais meios, principalmente na Internet, onde tudo circula com incrível rapidez. A dominação se perpetua num ambiente onde as pessoas agem exatamente como o esperado, completamente imersas em um sistema que as controla de forma silenciosa. Os canais de comunicação são essenciais para que os indivíduos tomem conhecimento do que acontece no mundo e para que formem suas próprias opiniões. Uma vez que o sistema de produção vigente controla de forma ideológica os meios de difusão de informações, as pessoas são dominadas justamente por aqueles que deveriam contribuir para o cumprimento da liberdade de expressão. A formulação de legislações mais incisivas e fiscalizadoras em relação ao comportamento de tais veículos pode estabelecer regras que garantam o impedimento da alienação maciça. Em conjunto com a população, campanhas nas redes sociais (que tomam uma conotação gigantesca) podem auxiliar na reivindicação de direitos genuínos de livre pensamento.