Título da redação:

Cyberbullying: a violência onipresente a distância

Tema de redação: Cyberbullying e o avanço da tecnologia nos desvios da moralidade.

Redação enviada em 19/09/2017

Cyberbullying é todo tipo de violência praticada contra alguém por meio da internet ou outras formas de comunicação virtual. Assim, devido ao caráter de alcance em massa desses instrumentos, suas consequências podem ser ainda mais graves que as do bullying presencial, além de impor maiores dificuldades na identificação e punição dos agressores. Dessa forma, torna-se necessária uma análise dessa problemática com o intuito de solucioná-la e combater esse comportamento imoral. Em primeiro lugar, é preciso levar em conta que, segundo Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, existem três personagens na prática das intimidações cibernéticas: o agressor, a vítima e a plateia. Com base nisso, os ataques podem ser comentários maldosos, ameaças ou a disseminação de fotos e vídeos íntimos, sendo importante salientar que nesses casos, a humilhação é ampliada por ter maior visibilidade. No entanto, os ofensores podem se esconder por meio de práticas covardes como a criação de perfis falsos ou anônimos e manter a hostilização por muito tempo. Sob outra ótica, as consequências geradas nas vítimas são muito marcantes, uma vez que de acordo com a ONG Plan, 69% delas possuem entre 12 e 14 anos. Dessa forma, por ser uma idade frágil em que há a constante busca por aceitação, é comum o surgimento de depressão e baixa autoestima. Ademais, o perfil desses jovens normalmente é composto por pessoas que se isolam e não buscam auxílio em meio a esses crimes, que podem configurar como calúnia, difamação, injúria ou outros, o que torna a responsabilização dos culpados ainda mais difícil. Torna-se evidente, portanto, que mudanças são necessárias para por um fim aos danos causados pelo cyberbullying, que não pode seguir impune. Para isso, o Estado deve investir na criação de delegacias especializadas em crimes virtuais, de modo que estejam mais aptas a atuar nesses casos e garantir o cumprimento da Constituição Federal. Além disso, as empresas detentoras de redes sociais, bem como a mídia, devem divulgar a existência de órgãos como a Safernet, pois assim os usuários terão conhecimento de mais uma forma de se defender. Por fim, as famílias devem ficar atentas a mudanças de comportamento nos jovens e também conversar sobre os perigos do meio virtual, que são tão reais como quaisquer outros.