Os ofensivos apelidos dos corredores escolares ganharam força com o advento da tecnologia que facilitou e intensificou o preconceito através, principalmente, das redes sociais. O cyberbullying é uma adaptação virtual do tradicional bullying, como resultado do acesso indiscriminado à internet, acarretando diversos transtornos às suas vítimas. A acessibilidade e o largo uso de tecnologias e redes sociais são fundamentais para o desenvolvimento do cyberbullying. Em janeiro de 2015, no mundo, o facebook já contava com 1,4 bilhões de usuários, de acordo com a Folha de São Paulo. Além dele, os jovens estão conectados a outros aplicativos como Instagram e WhatsApp, deixando-os altamente expostos ao preconceito e às ofensas virtuais. Assim como ocorreu com a jornalista da rede Globo, Maria Júlia Coutinho, que recebeu vários comentários racistas nas redes sociais. Essas ofensas são mais graves são mais graves quando são cotidianas, interferindo negativamente na vida das vítimas, podendo trazer transtorno psicológico, depressão e suicídio. O filme norteamericano de 2011, cyberbully, retrata o drama de uma adolescente que tenta suicídio com overdose medicamentosa após ser vítima de bullying virtual. Essa ficção não está distante da realidade, na qual muitos jovens são vítimas dos agressores da internet e passam por distúrbios de ansiedade e episódios depressivos. Cabe ao Estado, portanto, investir em leis que obriguem os agressores virtuais a pagar indenizações às suas vítimas e prestar trabalho voluntário à comunidade. Além disso, devem ser criados diversos pontos de denúncias de fácil acesso que ofereçam suporte e uma escuta atenta. As escolas, por sua vez, devem estar fiscalizar o cyberbullying sofrido pelos alunos, garantindo atendimento psicológico especializado às vítimas. Os pais devem levar seus filhos, vítimas das ofensas virtuais, a grupos de apoio para que eles possam desabafar suas experiências e encontrar suporte em outros indivíduos na mesma situação.