Jorge Amado, em seu livro “Capitães de Areia”, delineia o cotidiano que crianças de rua que, desprovidas de acesso escolar, têm como dever de casa sobreviver. Não obstante estarmos no século XX, o problema ainda persiste na sociedade vigente, sendo, dessarte, fundamental uma discussão do mesmo. Para superar a problemática, é relevante o papel reparador, de ONG’s, em consonância ao papel da de prevenção, atuando em famílias vulneráveis. Em grandes centros urbanos, como São Paulo, ou em comunidades carentes, é realidade ver centenas, senão milhares, de crianças em situação de negligência e abandono, passando por necessidades. Muitas ONG’s, como a JEDA, na tentativa de assegurar os direitos, à vida e à dignidade, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, resgatam esses indivíduos, e procuram reparar os danos sofridos pelo menor de idade, ação que dá uma nova oportunidade de futuro para inúmeros abandonados. Contudo, por falta de recursos, a ação dessas ONG’s acaba sendo limitada e jovens perdem a infância e, muitas vezes, o futuro. Além disso, é válido salientar que, seria uma medida paliativa retirar os menores de idade da rua sem combater os motivos que os levaram àquele contexto. Desse modo, para elucidar a situação, é primordial que, famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social, seja por questões econômicas, ou envolvimento com drogas, recebam suporte do governo, evitando, assim, conflitos e desestruturamentos familiares que desencadeiam na questão analisada. Em suma, é imperativo que o Ministério do Desenvolvimento Social contrate agentes sociais, por meio da liberação de verbas por parte da União, que façam visitas em locais vulneráveis, encaminhando, caso necessário, ajuda psicológica e econômica, pelo cadastro da família em programas sociais e disponibilização de consultas com profissionais preparados para lidar com o caso, a fim de que, a família, base da sociedade, segundo a Constituição Federal de 1988, não seja desestruturada. Outrossim, cabe a influenciadores digitais e cineastas elaborarem vídeos e campanhas que estimulem a doação de recursos à ONG’s, visando, dessa maneira, oferecer a elas os recursos necessários para mudar o quadro social dos abandonados. Somente assim, o problema enfrentado ficará apenas na literatura.