Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Crianças em situação de rua e soluções para o problema

Redação enviada em 01/07/2018

O direito à igualdade e à liberdade foi requerido a partir de movimentos em busca de uma maior racionalidade e empatia na sociedade. Na Revolução Francesa do século XVIII, muitos indivíduos expressaram o desejo de justiça político-social. No entanto, a realidade contemporânea mostra-se diferente, visto que muitos cidadãos não usufruem de condições consideradas básicas para uma vida adequada, como a moradia, e o problema agrava-se quando são crianças sujeitas a essa situação. No Brasil atual, mais de 21 mil crianças e adolescentes vivem nas ruas de acordo com a Campanha Nacional Criança Não é de Rua. Diante disso, medidas devem ser tomadas para que todos possam ter uma qualidade de vida garantida. Em uma primeira análise, é possível destacar as diferentes causas para que jovens de todo o país estejam sem abrigo e, consequentemente, sem os próprios direitos assegurados. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os principais motivos para que crianças façam das ruas um lugar habitacional são "famílias desestruturadas, a pobreza, a violência doméstica, desastres naturais e guerras". A partir dessas dificuldades enfrentadas por esses indivíduos, a condição vulnerável acaba sujeitando-os a uma realidade cruel, na qual podem sofrer inclusive abusos sexuais devido a essa posição indefesa, conforme afirma a relatora especial da ONU Maud Boer-Buquicchio. Assim, é possível perceber que esses adolescentes são um reflexo do abandono e descaso da sociedade com a existência deles. Além disso, os acontecimentos vivenciados por crianças sem lar forçam-nas a um amadurecimento precoce e as tornam produtos do meio em que vivem, haja vista que não recebem valores morais de pessoas responsáveis por elas, pois, muitas vezes, vivem sozinhas. O autor Jorge Amado aborda tal questão na obra "Capitães da Areia", na qual ele relata a desumana condição das crianças de rua, que agem devido à necessidade de sobrevivência. Embora seja ficção, a realidade não é muito diferente, pois esses jovens submetidos à situação de miséria acabam lutando para sobreviver em meio ao caos e à falta de moralidade que presenciam. De acordo com duas especialistas da ONU, esses adolescentes sofrem pela transgressão dos direitos que deveriam ser conferidos a eles. Desse modo, deve efetuar-se uma maior conscientização da população para a retirada dessas crianças das ruas. Logo, o filósofo Gabriel Marcel postula que para existirmos, é necessário de coexistamos. Dessarte, a comunidade civil deve repensar sobre a própria posição acerca do abandono de crianças em condições de extrema pobreza, além de realizar discussões a respeito do tema em fóruns da internet ou redes sociais, procurando sensibilizar-se e organizar doações e ajuda humanitária a esses jovens. Ainda, o Ministério do Desenvolvimento Social pode promover uma maior fiscalização nas ruas para obter informações sobre os focos dos locais onde hajam adolescentes sem habitações e tomar ciência das motivações que os colocaram nessa situação, para que a melhor decisão de realocação desses seja tomada, como um tratamento com as famílias desses, e não simplesmente sejam abandonados em casas de adoção ou reabilitação. Assim, o cenário relatado por Jorge Amado pode ser evitado a partir de uma sociedade mais empática e consciente.