Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Crianças em situação de rua e soluções para o problema

Redação enviada em 07/04/2018

Jorge Amado, na sua obra "Capitães de Areia", ainda na década de 40, mostrou por meio da literatura a realidade de crianças marginalizadas da sociedade, que sofriam abandonos e viviam nas ruas. Seis décadas depois, esse problema ainda é uma realidade na hodiernidade brasileira, e suas causas estão intrinsecamente relacionadas com a realidade do país, seja pela desestruturação familiar, seja pela negligência do Estado. Em uma primeira abordagem, é importante salientar que o núcleo familiar certamente contribui para a problemática. Segundo o levantamento feito pelo Governo Federal, cerca de 60% dos menores que vivem nas ruas, estão lá por motivos familiares, tanto por causa de brigas, quanto por violências domésticas. Tendo isso em vista, pode-se perceber que essas crianças viram na rua uma possibilidade de fuga da realidade violenta em que estavam inseridas. Isso tem que ser solucionado, uma vez que a ausência de um lar, e de acompanhamentos de responsáveis, faz com que os pequenos fiquem mais suscetíveis a maldades que estão presentes nos meios urbanos, principalmente ao uso inoportuno de drogas, o que faz com que eles percam suas infâncias precocemente. Dessa forma, a atuação do conselho tutelar de forma rigorosa é uma necessidade e não um fato opcional. Outrossim, destaca-se o descaso do governo como um impulsionador do problema. Para o filósofo John Locke, o Estado tem o dever de garantir os direitos de toda a população. No entanto, o que se nota no Brasil é uma transgressão a essa proposição, uma vez que, embora esteja no Estatuto da Criança que o Estado deve assegurar às crianças direitos como o acesso à educação, à alimentação e entre outros, na prática isso não ocorre efetivamente. Dessa maneira, essas crianças se veem desamparadas frente a falta de ação do Governo para resolver a situação das ruas, o que claramente pode desencadear em sérios problemas, tais como a carência na educação. Essa questão pode ser evidenciada pela pesquisa realizada pela ONG Visão Mundial, a qual apontou que mais da metade dos menores que vivem nas ruas apresentam distorção entre idade e série escolar. Logo, fica evidente que o Estado deve agir para que se possa reduzir tais estatísticas. Fica claro, portanto, que a presença de crianças nas ruas é causada por motivos sociais, e que é importante que a população tenha conhecimento da temática. Nesse sentido, as ONG’s, junto com os canais midiáticos, devem alertar a sociedade brasileira para a realidade de crianças que vivem abandonadas no Brasil, por meio de propagandas e campanhas nas televisões e redes sociais, para fazer com que a população fique mais atenta a elas, e que fiquem mais engajados com denúncias ao conselho tutelar. Ademais, o Governo Federal, por intermédio da maior disponibilidade de verba, tem o dever de assegurar todos os direitos que uma criança constitucionalmente possui, para que o índice das que moram nas ruas possa diminuir consideravelmente. Tais medidas são apenas o começo para a mudança, mas, como disse Oscar Wilde: ”o primeiro passo é o mais importante na evolução do homem.”