De acordo com o Art. 6 da Constituição Federal do Brasil, todos têm direito a uma moradia. No entanto, existem atualmente mais de 21 mil crianças e adolescentes morando nas ruas do país, segundo dados da Campanha Nacional Criança Não é de Rua. Nesse contexto, deve-se analisar como a desestrutura familiar e a negligência das instituições públicas influenciam na problemática em questão. A desestrutura familiar é a principal causa de tantas crianças acabarem indo morar na rua. Isso ocorre porque, conforme afirmou o sociólogo Zygmunt Bauman, as relações interpessoais da pós-modernidade se tornaram frágeis, líquidas, visto que as pessoas já não cultivam mais laços duradouros com os outros. Assim, muitas famílias, principalmente aquelas de baixa renda, não possuem um ambiente adequado para que o jovem cresça no seio familiar, e, assim, este prefere abandonar a casa à viver numa situação de violência e opressão. Além da desestrutura familiar, a negligência das instituições públicas em relação ao problema também prejudica o cenário dessas crianças. Isso acontece devido à falta de um planejamento socioeconômico que auxilie os infantos em situação de rua. Logo, o jovem que acaba por ficar sem moradia não recebe a atenção necessária para que possa superar aquela situação adversa. Torna-se evidente, portanto, que a família e o Estado devem combater o abandono de crianças na rua. Em razão disso, o Ministério dos Direitos Humanos deve, em parceria com organizações educativas, promover propagandas nos mais diversos meios de comunicação sobre a importância de se promover um ambiente pacífico para os jovens dentro do lar. Além disso, o Ministério da Fazenda deve criar um fundo monetário para ajudar todo e qualquer jovem em situação de rua, tomando o Estatuto da Criança e do Adolescente como um norteador, Desse modo, o Brasil poderá sanar o problema da permanência infantil nas ruas.