Historicamente, a problemática envolvendo crianças de rua sempre se fez presente na sociedade. Com a evolução da Revolução Industrial, muitos menores de idade eram obrigados a trabalhar nas fábricas, simplesmente para ganhar alojamento e comida, os que não se submetiam a tal ato, não eram sustentados pelos pais e tomavam as ruas como moradia. Nos dias atuais, apesar de existirem leis que amparam as crianças, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o problema, por estar relacionado à negligência familiar e extrema pobreza bem como à falta de atitude governamental, urge por soluções imediatas. À guisa de Karl Marx, a história de todas as sociedades até hoje existentes é a história da luta de classes. Nesse contexto, o fato de crianças decidirem morar nas ruas, por ser um problema que está fortemente ligado ao desmazelo familiar e precárias condições de vida, encaixa-se perfeitamente nas palavras do líder americano. Essa correlação encontra fundamento no fato de não existir estrutura familiar e os pais não possuírem condições de amparar seus filhos, seja por questões pessoais ou sociais, o que gera graves consequências, como o abandono do lar e posteriormente a falta de compaixão da sociedade para com esses indivíduos, que passam a ter seus sonhos interrompidos e não possuem nenhuma expectativa de vida. Ademais, a falta de atitude governamental é um importante tópico fomentador do problema. Essa conjuntura valida-se no fato de existirem poucos recursos para solucionar o obstáculo, como, por exemplo, o Bolsa Família, porém, esse não é suficiente, pois, não cobre a real necessidade de todos. Nessa perspectiva, segundo dados divulgados pelo G1, 2 em cada 100 crianças de 9 a 16 anos, abandonam seus lares e passam a morar nas ruas. Sendo assim, percebe-se, que o fato é considerado grave e merece total atenção por parte dos governantes, uma vez que, o mesmo se trata de uma questão social. É imperativo, portanto, para desconstruir esse panorama que o governo federal crie um programa social específico para ajudar as famílias em situações vulneráveis e assim, diminuir a evasão das crianças para as ruas. Concomitantemente, as ONGs, juntamente com o Ministério da Saúde, deverá dar apoio e subsistência a esses menores, por meio de cursos profissionalizantes, com o intuito de melhorar suas vidas e mostrar um caminho melhor para seguir.