Título da redação:

O "ABC" pelo asfalto urbano

Tema de redação: Crianças em situação de rua e soluções para o problema

Redação enviada em 29/01/2018

A poesia da paulista Fanny Dupré: "Tremendo de frio no asfalto negro da rua, a criança chora", retrata a execrável realidade de mais de vinte e três mil pequenos brasileiros demasiados desde cedo pela asfixia dos estigmas sociais. Da inocência infantil à moribunda cria de rua , os filhos de uma pátria nem tão gentil largados nas estradas tupiniquins tanto escancaram as insolências de uma infância perdida, quanto (con)clama as vertigens da transformação do degradante cenário. Logo, a corrosiva situação da nação retalha o futuro dos já esquecidos canarinhos. Nesse perspectiva de desvalidos pelo corruptível desleixo social, a ingenuidade pueril alimenta-se do eufemismo dos problemas públicos do Brasil. Sob essa silente sobrevivência, governo federal realizou em 300 cidades o 1º censo de crianças nas ruas, em 2010, a vulnerabilidade gritou pela maioria masculina, entre 12 e 15 anos, com ensino fundamental incompleto, os quais, em grande parte, saíram de suas residências devido à violência doméstica, ao desentendimento familiar e ao alcoolismo, sobretudo, demonstrando a subumana realidade da criança brasiliana que dorme sedenta pelas esquinas amedrontadoras do país que torna o rejeito, comida e as drogas, terapia. Assim, a ininterrupta luta pela vida relata o descaso de um país pela infância já em falência. Nessa prisma atormentador, gestos sensivelmente afetuosos se destacam entre a lamentável narrativa. Sob essa projeção altruísta, na comunidade de São José, em Santa Catarina, instituiu-se o projeto "Vinde em mim as criancinhas", o qual oferece às crianças - abandonadas ou vítimas de maus tratos - atividades de música, de esportes e de assistência social. Ademais, Florianópolis aderiu o Instituto de Jiu Jitsu Superando Barreiras, que retira cerca de 120 crianças diariamente da rua, uma prova da possível transformação das crianças e adolescentes que não possuem seus direitos garantidos. Logo, o cenário, solidariamente de amor ao próximo, devolve a pureza da infância. Infere-se, pois, que a (im)perceptível presença dos pequenos tupiniquins nas ruas do Brasil requer políticas públicas concretas. Pela volta dos sorrisos, e das brincadeiras dos inocentes, a criação de casas de amparo de proteção, de responsabilidade do Estado, com apoio psicológico e afetivo, os quais devolvam a dignidade e os direitos previsto em lei, abraçara a causa de (re)significação a vida aos infantes pelo acolhimento. Logo, as tantas personagens do poema de Fanny Dupré pertencerão apenas a poesias fictícias, para nunca mais reais.