Durante a transição dos séculos XIX – XX, a população brasileira, quase que em sua totalidade, vivia na miséria e as crianças foram às ruas em busca de sustento; e, devido fatores externos, permaneceram lá até os dias atuais. Hoje, são inúmeros os adolescentes que vivem em situação de rua e que necessitam de imediata atenção para alteração da sua realidade, seja pela mudança de mentalidade na sociedade, seja através de políticas públicas que revertam tal condição. Primordialmente, é preciso enfatizar as medidas outrora tomadas. O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, afirma em seu artigo 3º que é assegurado por lei ou por quaisquer outros meios os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, isto é, a criança goza de todas as oportunidades e facilidades, desde 1990, incluindo proteção e moradia, o que pode sim ter diminuído o número de jovens nas ruas, juntamente com a criação de abrigos ao longo dos anos. Contudo, das 47 mil crianças abrigadas, somente 7.300 estão aptas judicialmente a serem adotadas, conforme o Cadastro Nacional de Adoção – CNA. O medo do diferente está tão incutido na sociedade, que a procura por bebês brancos sem irmãos é disparada em relação ao jovem acima de 10 anos, negro e com irmãos. Certamente, há preconceito, explícito ou não nas mentalidades brasileiras, e esse sentimento pode prejudicar e até mesmo impedir um adolescente de ter uma vida estável. Portanto, os três poderes devem criar e executar leis e regulamentos que desburocratizem o processo de adoção, também precisam investir financeiramente na educação e saúde dos jovens; além disso, os meios de comunicação de massa devem criar formas que auxiliem na desconstrução do ideal preconceituoso presente no povo brasileiro.