Crianças de Rua, Crianças de Casa As crianças que vivem nas ruas e não possuem um lar constituem, além de um problema do Estado, uma questão que envolve toda sociedade. Essas crianças necessitam da proteção de todos nós. Trata-se de um problema do Estado porque a este cabe cumprir a Constituição e ofertar serviços de educação, saúde, moradia, lazer e uma vida digna a todos os seus cidadãos. Este tema se torna mais urgente se estes cidadãos são crianças e se a promoção de uma vida melhor para elas implica em melhorias para o país. Cidadãos educados trabalham mais e melhor, cuidam de sua saúde e possuem empregos melhor remunerados. Consequentemente, diminuem os gastos com saúde, seguro-desemprego e com segurança – diante da diminuição da criminalidade. Por outro lado, o brasileiro comum não pode esperar somente pela ação do Estado para resolver o problema. Podemos e devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para buscar solucionar, em conjunto ou individualmente, a questão. Desde a oferta de itens materiais básicos de estudo, alimentação e higiene, como a condução para ONG’s, igrejas e Associações onde essas crianças possam ser atendidas, de alguma forma. Projetos como o Bolsa Família demonstraram que uma pequena ajuda por mês – da parte do governo ou dos indivíduos – pode ter impactos significativos para essas crianças. O dinheiro pode significar um pouco mais de leite, de pão, um livro, um sapato e tudo isso somado, por um determinado período de tempo, faz a diferença. A nossa omissão se traduz no quadro que vislumbramos hoje: crianças abandonadas, sem estudo, que começam por praticar pequenos furtos até tornarem-se grandes criminosos. Ao crescerem e virarem adultos, dificilmente se recuperam. Esses marginais quase incorrigíveis aumentam a insegurança, os índices de homicídios, latrocínios... Ainda que tenham a intenção de mudar suas vidas esbarram na falta de educação básica, condição indispensável para todo aquele que deseja buscar novos caminhos para o futuro. Impossível, dessa forma, competir com as crianças que, em casa, recebem auxílio, apoio, segurança e carinho dos pais. Crianças de rua, crianças de casa... Tudo começa a mudar se pensarmos que todas são crianças brasileiras ou, simplesmente, crianças.