Título da redação:

Brincadeira de criança

Proposta: Crianças em situação de rua e soluções para o problema

Redação enviada em 08/02/2018

Crianças descalças, nas ruas, longe dos pais e com semblante de tristeza. Essa parece ser uma fotografia de refugiados no Oriente Médio, mas não é. Trata-se de uma situação grave, mas, infelizmente, comum no Brasil, crianças em situação de rua. Para resolver esse problema, é preciso estar atento às suas causas mais profundas, que são a extrema pobreza e o uso das drogas. A pobreza extrema é uma realidade latente no Brasil que, dentre outros efeitos, produz um crescimento do número dos moradores de rua, sejam adultos ou crianças. Isso acontece porque devido à falta de oportunidades de emprego nos bairros e setores mais periféricos das grandes cidades, muitas pessoas acabam por abandonar suas casas e indo morar nas ruas para ficarem mais próximas do local de trabalho, uma vez que o custo do deslocamento diário da casa até o trabalho inviabiliza tal ato. É assim que famílias inteiras acabam adotando a rua como lar, caso comum no Brasil em que, segundo a Campanha Nacional Criança não é de Rua, mais de 21 mil crianças estão em situação de rua. Outro fator marcante que leva crianças e adolescentes a saírem de casa é o uso de drogas. Tendo, frequentemente, famílias desestruturadas, essas crianças acabam buscando referência de paternidade ou maternidade fora de casa, colocando em cena a figura do traficante. Esse cenário, por exemplo, foi muito bem retratado pelo escritor Jorge Amado, em seu livro “Capitães de Areia”. O romancista, muito mais que criar uma ficção, descreve a realidade brasileira de crianças de rua e de como elas estão sujeitas ao uso de drogas e à violência física e sexual. Fica claro, portanto, o quanto esse é um problema multifacetado e de como as soluções para ele passam pela questão da pobreza extrema e das drogas. É preciso que ONGs como a “TETO” mobilizem a sociedade com campanhas de arrecadação de recursos para ajudar as famílias a construírem suas casas em locais próximos de onde trabalham. Além disso, é necessário que as escolas trabalhem, desde o ensino fundamental, com campanhas de desincentivo ao uso de drogas, com palestras, cartilhas e dinâmicas de grupo. Só assim, as ruas deixarão de ser um lar e passarão a ser aquilo que deveriam, lugar de brincadeira de criança.