Título da redação:

"A velhice é a paródia da vida"

Proposta: Crescimento da população idosa no Brasil e as consequências para a sociedade

Redação enviada em 08/06/2016

“A velhice é a paródia da vida”, o excerto da filósofa Simone Beauvoir introduz a relação comum a todos os homens: envelhecer. Nesse sentido, com as constantes transformações tecnocientíficas, diversos recursos foram disponibilizados para o corpo social com o intuito de aumentar a longevidade dos homens. Desde drogas farmacêuticas a atividades recreativas, foi possível alcançar, no século XXI, um estado de bem-estar social inédito na história civil. No Brasil, seguindo esse contexto, os avanços significativos trouxeram à tona um binômio hermético: o desequilíbrio populacional jovem-idoso. Nesse âmbito, infere-se que as revoluções no meio social – introdução da mulher no mercado de trabalho, diminuindo o número de filhos por mulher; melhoras no sistema público de saúde, segurança e educação – implicaram no aumento acelerado da expectativa de vida. Consoante dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), saltando de 70 para 75 anos entre 2000 e 2015. Apesar da melhora significativa na qualidade de vida dessa parcela populacional, surge uma problemática intensa para manter o equilíbrio previdenciário. Partindo do pressuposto, a PEA – População Economicamente Ativa – se caracteriza pelo agrupamento de cidadãos que estão inseridos no mercado de trabalho ou, de certa forma, procurando adentrá-lo para exercer algum tipo de atividade remunerada. Embasado nisso, nota-se a falha estrutural na pirâmide etária brasileira: a taxa de natalidade, que decresce ano após ano, e o número de cidadãos na terceira idade, os quais não ocupam mais um ofício e sustentam a si através da aposentadoria, ameaçam a vigência do bem-estar social, visto que o déficit previdenciário – ocasionado pelo baixo número de contribuintes – implica, frequentemente, no atraso ou não pagamento da aposentadoria. Por conseguinte, com o descumprimento da data de recebimento dessa, diversas famílias são prejudicadas substancialmente pela ausência de tal renda – segundo o IBGE, três em cada dez idosos praticamente sustentam a família, cooperando com 90% da renda. Destarte, medidas são imprescindíveis para resolver o impasse. É preciso, primordialmente, que a Gestão faça uma reforma na Previdência e mantenha atualizados os estudos sobre as transformações etárias a qual o Brasil está suscetível. Em seguida, é necessário que o corpo docente, nas instituições acadêmicas, através de cursos e palestras, conscientize, desde infantes, os alunos sobre a importância de poupar uma quantia monetária para que, quando adentrarem à melhor idade, não dependam exclusivamente das ações estatais. Por fim, se faz necessário, por parte do Estado, profissionalizar os cidadãos, através de programas como o PRONATEC, e emprega-los a fim de que esses possam contribuir com a Previdência e restaurar o equilíbrio. Dessa forma, o envelhecer, interpretado do pensamento da escritora francesa, será concretizado de maneira positiva no âmbito de bem-estar social.