O escritor Machado de Assis, no início do século XX, descrevia seus personagens “Velhos de 50 anos” como se estivessem já no fim de suas vidas. Contudo, no decorrer do tempo, com a melhoria na qualidade de vida da população, a expectativa média de idade aumentou resultando em uma extensão numérica de idosos. Dessa forma, houve consequências para a sociedade. Muito se discute em nosso país a questão da caótica da saúde pública. Porém, a situação é mais agravante quando analisamos a situação do idoso nesse contexto. Haja vista que, além de não suportar a demanda no atendimento, o sistema público não possui auxílio especializado para várias doenças, entre elas a Hipertensão e a Diabete, muito comum em pessoas acima de 60 anos. Além disso, deve-se atentar para os fatores socioeconômicos implicados no processo. Uma vez que, sem saúde o idoso fica inapto ao trabalho e torna-se dependente dos benefícios estatais. Desse modo, é válido supor que o sistema previdenciário brasileiro não suportará tamanha demanda, levando em consideração que essa parcela da população tende a triplicar nos próximos 20 anos, segundo pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sendo assim, é necessário que o Governo, através de ações cabíveis na legislação, promova reformas no sistema previdenciário que atendam sua futura demanda. Isso poderá ser feito, com leis que aumentem a idade mínima para os beneficiários se aposentarem, desde que não interfira negativamente nos direitos dos trabalhadores. Além disso, visando o bem estar do idoso, é necessário ampliar a formação de médicos especialistas em geriatria e aumentar os investimentos na área da saúde. É provável que uma reestruturação na distribuição do dinheiro arrecadado em impostos já seja suficiente para tais adequações. Somente assim, os direitos do idoso serão plenos em nossa sociedade.