Ao longo do século XX, a população brasileira passou por reduções nas taxas de natalidade e fecundidade, as quais, em conjunto com o aumento da expectativa de vida, contribuíram para que, hoje, esse país seja constituído por um número expressivo de idosos. Tais modificações têm levantado debates e preocupado governantes acerca dos impactos sociais e econômicos por elas provocados tanto em curto como em longo prazo. A pirâmide etária de uma nação é uma das ferramentas mais relevantes para a definição de políticas públicas e programas econômicos a serem adotados pelos governantes. Tais projetos devem visar sempre à manutenção do equilíbrio entre os cidadãos e à concessão recursos especiais às faixas de idade mais necessitadas. Atualmente, segundo o IBGE, o Brasil possui cerca de 19 milhões de idosos, os quais, apesar de serem parte significativa da população, não possuem muito suporte e valorização sociais. A falta de empenho do Estado na implementação de medidas públicas direcionadas à terceira idade, o tratamento da velhice enquanto situação de invalidez, atrelados ao crescimento vertiginoso desse grupo etário, contribuem para a sobrecarga da população economicamente ativa, a qual será obrigada a prolongar cada vez mais sua vida laboral para sustentar a previdência social dos que já findaram sua jornada trabalhista. Portanto, medidas são necessárias para a resolução do impasse, pois assim como afirmou Gilberto Freyre: “Sem um fim social o saber será a maior das futilidades”. Por conseguinte, o Ministério da Saúde deve desenvolver projetos voltados ao atendimento especializado de idosos, que visem suprir com eficácia suas devidas necessidades. Além disso, o Ministério do trabalho deve introduzir projetos que instiguem e permitam a continuidade dos aposentados no mercado de trabalho, desempenhando atividades flexíveis ás suas limitações físicas e mentais, a fim de que a longevidade não seja sinônimo da invalidez, mas sim da prosperidade de uma nação.