Um dos maiores desafios do homem contemporâneo é o de frear seu próprio consumismo. Mas, não é a primeira vez que isso ocorre. Na crise de 29, em que o Estado antes ausente, teve de passar a intervencionista. É claro que, hoje a situação é diferente, e por isso é importante analisar as causas e consequências do consumo atual, para que possamos agir nas raízes dos problemas. Em um primeiro plano, é preciso analisar a cultura do “ter, para ser”. Certamente, o principal propulsor de tal costume, é a velocidade com que os artigos tecnológicos se desenvolvem e a “necessidade” de tê-los, criada, tanto pela mídia quanto pelas indústrias. O “fazer parte” de um grupo, está ligado à disposição de um determinado produto, isso acaba por fortalecer as desigualdades sociais. Essa cultura precisa de um combustível para funcionar, que no caso, é retirado da natureza. No Brasil, para fomentar o progresso, 93% da mata atlântica já foi desmatada segundo o IBGE. Além disso, o somatório de uma constante poluição hídrica e um aquecimento global fortaleceu o desequilíbrio ambiental vivido pelo país. Tais consequências, porém, tem suas raízes nos valores do homem contemporâneo. Quando se trata do ambiente empresarial, destaca-se o individualismo com a máxima de que para se obter sucesso é preciso pisar em outros – mascarado é claro. Há, ainda, o hedonismo em demasia, no qual, satisfazer seu desejo é o importa. Zygmunt Bauman via isso como uma “modernidade líquida”, em que os valores tornam-se passageiros. Fica claro, portanto, a necessidade da mudança de hábitos e costumes. Para tanto, a escola deve promover uma educação sólida, e em parceria com a mídia, influenciar a pratica da leitura por exemplo. Ademais, o Governo pode investir em tecnologias que minimize perdas em processos de abastecimentos da população. Pois, de acordo com José Lutzemberg, ecologista Gaúcho: “sobrevive o mais ajustado, o que mais se harmoniza, que mais ressonância tem com a sinfonia da natureza”.