“O importante não é viver, mas viver bem”. Para Platão, a qualidade de vida tem tamanha importância de modo que ultrapassa a da própria existência. Entretanto, no Brasil, essa não uma realidade para os animais. Com isso, ao invés de aproximar a realidade idealizada por Platão da vivenciada por esses animais, a legislação brasileira contribui para a situação atual. Primeiramente, cabe ressaltar que diversas formas de entretenimento atuais são, indubitavelmente, formas de maus tratos com animais, como é o caso rinhas e dos rodeios, que resultam em animais feridos, estressados e até mesmo mortos. No entanto, fica clara a ambiguidade da legislação brasileira ao notar-se que as rinhas são, devidamente, criminalizadas e os rodeios gozam da condição de “patrimônio cultural imaterial”. Ademais, a falta de incentivo para a adoção de animais auxilia na manutenção do cenário atual de abandono de animais. Segundo dados apurados pela OMS, o Brasil conta com mais de 30 milhões de animais abandonados, o que, além de um brutal descaso com os bichos, é uma questão de saúde pública, já que os animais em condição de rua são mais suscetíveis a contrair e transmitir doenças como sarna, raiva e leptospirose. Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Por isso, o Poder Legislativo deve sancionar um projeto de lei, em âmbito nacional, que criminalize qualquer e toda a prática cultural que, comprovada na fiscalização, maltrate os animais. Melhorando, assim, a proteção aos animais que são vítimas dessa exploração. Além disso, as prefeituras municipais, com auxilio de ONGs relacionadas à causa animal, devem promover a adoção de animais através da organização de feiras de adoção, a fim de diminuir o número de animais de rua. Dessa forma, tomando as duas medidas propostas, a qualidade de vida dos animais será respeitada e, enfim, os animais poderão viver uma realidade mais próxima daquela descrita por Platão.