A solução acerca dos maus-tratos contra os animais no Brasil encontra diversos empecilhos. Segundo Mahatma Gandhi, "a grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados". Nesse sentido, algo deve ser feito para alterar essa situação, uma vez que milhares de animais por todo o país têm seu direito à proteção violado, confrontando, desse modo, a Constituição Cidadã de 1988, que assegura o cuidado e a proteção deles, de modo a preservar a fauna existente no território brasileiro. Primeiramente, cumpre salientar que o descaso estatal quanto à prática dos maus-tratos contra animais mostra-se como um dos desafios ao combate dessa problemática. Isso porque poucos recursos são destinados pelo Estado à operações especializadas no que tange a punição dessa prática, auxiliando na perpetuação, como por exemplo, do tráfico de animais silvestres, no qual as criaturas são subjugadas e maltratadas, visando, por parte dos criminosos, maiores lucros (de acordo com a Rede Nacional ao Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, tal comércio movimenta cerca de 2,5 bilhões de dólares por ano). Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir precariamente na luta a favor dos animais, dificulta a manutenção deles na natureza. Ademais, em conformidade com o escritor Vitor Hugo, "o progresso roda constantemente sobre duas engrenagens. Faz andar uma coisa esmagando outra". Tal afirmativa serve para explicitar os maus-tratos em função da ciência, seja no âmbito da saúde ou no comercial, principalmente, no setor dos cosméticos, posto que a Lei de Crimes Ambientais legitima tal ação. Sob essa perspectiva, tal atitude, quando legalizada, pode influenciar tamanho ato em outras esferas, como a doméstica, ao se relacionar o conceito de banalidade da socióloga Hannah Arendt: quando uma atitude agressiva ocorre constantemente, as pessoas param de vê-la como errada. Nesse prisma, urge a tomada de medidas a fim de reverter o quadro apresentado. Sendo assim, o Estado, por meio do envio de recursos aos órgãos profissionais referentes à defesa dos animais, deve promover operações especializadas no combate à todos os tipos de maus-tratos contra os animais, objetivando a punição e a redução desse abominável crime. Outrossim, o Poder Legislativa deve modificar a Lei de Crimes Ambientais, proibindo o uso de animais cientificamente e garantindo incentivos financeiros para a utilização de outras tecnologias no lugar dos animais na ciência, garantindo a preservação desses, atestado constitucionalmente. Destarte, o Brasil poderia superar os desafios à erradicação dos maus-tratos contra os animais.