A relação de maus-tratos e exploração do ser humano para com os animais sempre existiu. Durante a segunda guerra mundial, por exemplo, eram utilizados pastores alemães, os chamados "cães-minas", para carregarem explosivos até os tanques inimigos, onde eram detonados. Atualmente, a crueldade e indiferença ainda persistem, por isso, é necessário identificar as suas causas e efeitos. E a partir disso, é indispensável a tomada de atitudes do Estado e da sociedade organizada na tentativa de amenizá-las. É importante apontar antes de tudo, as possíveis origens dessa problemática, sendo estas, portanto, a ideologia da supremacia humana em relação aos outros animais, o descaso do poder público e a carência de fiscalizações. Segundo o naturalista Charles Darwin, não existem seres vivos mais ou menos evoluídos, todos estão adaptados ao meio onde vivem e possuem características necessárias para a sobrevivência e reprodução. Posto isso, fica perceptível que a premissa da superioridade do homem é apenas uma construção histórico-cultural, que não condiz com a realidade biológica, logo, deve ser questionada implacavelmente. Em consequência de tais fatores, vê-se, a todo instante, a expansão da degradação da fauna e flora, provocando reações em cadeia que no fim afetam o próprio Homo Sapiens. Exemplificando isso, tem-se o Sauim-de-coleira, uma espécie ameaçada de extinção que é responsável pela polinização das plantas e controle das comunidades de insetos. Seu possível desaparecimento prejudicaria uma imensa teia alimentar, causando danos aos seres produtores e consumidores, incluindo as populações humanas. Sendo assim, é importantíssimo que todas as ações criminosas contra os animais sejam punidas e fiscalizadas com o mesmo rigor que os crimes cometidos contra a humanidade. Portanto, o Ministério da Educação precisa intensificar a carga horária de conteúdos, como, Ecologia e Bioética, objetivando, assim, estimular a formação de uma sociedade reflexiva sobre o papel de todos os organismos vivos na dinâmica dos ecossistemas. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente, por meio do financiamento de campanhas publicitárias, necessita conscientizar a população sobre a importância da denúncia nos casos de maus-tratos aos animais, a fim de, aumentar a eficiência no combate a essas transgressões. Por fim, cabe ao poder público ampliar os investimentos na preservação da ecobiose, como consequência disso, sobrariam mais recursos para fomentar as fiscalizações e aplicar as punições cabíveis.