O documentário brasileiro "Silvestre não é pet", produzido pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, descreve casos de violência e tortura contra animais vítimas do tráfico ou domesticados. Desse modo, é indubitável a permanência dessa questão seja pela falta de fiscalização governamental, seja pelo desprezo da população.Sendo assim, torna se necessária a reavaliação da problemática. Em primeiro plano, o artigo 23º da Constituição Federal refere-se ao poder público o asseguramento da proteção da fauna e da flora brasileira. Porém, a realidade do país é outra. Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, cerca de 38 milhões de bichos, anualmente, são traficados, maltratados e mortos até o destino final. Portanto, fica evidente a importância da fiscalização estatal sobre a questão. Ademais, o desprezo da população reforça os maus-tratos contra os animais. Diariamente, vários bichos são mantidos em cativeiros, obrigados a trabalhar mais que sua força, envenenados e espancados. Um exemplo disso foi a atitude do prefeito de Igaracy- Paraíba, que mandou matar mais de trinta cães de rua mediante tortura. Sendo assim, torna-se irrefutável que a intolerância contra animais abandonados é descomunal. Dado o exposto, faz se necessária uma reavaliação dos casos de maus-tratos contra animais. O poder público municipal deve garantir a proteção dos bichos por meio de castrações e controle de zoonoses, para que assim não ofereçam riscos de doenças a população. Além disso, o Estado, em pareceria com o Santuário Terra dos Bichos, deve realizar fiscalizações mais severas por intermédio de ações em localidades de maior interesse ao tráfico, a fim de coibir práticas ilegais. Desse modo, os maus-tratos contra animais poderiam ser diminuídos, e documentários como "Silvestre não é pet" se tornariam apenas parte da ficção.