É indubitável que o trato com os animais está ligado intimamente com a ética cultura da sociedade. De acordo o filósofo São Tomás de Aquino, o animal é um ser feito unicamente para servir o Ser Humano e que não deve receber os mesmos tratos. Destarte, no que tange à sociedade hodierna, os maus-tratos contra os animais é um reflexo de uma sociedade ocidental dominante, o que contrasta com a atual bioética e a relação respeitosa com os animais em outros países ocidentais. Inicialmente, cabe ressaltar que os valores de São Tomás estão arraigados na sociedade brasileira, mesmo que gradativamente rejeitados. Um dos contrapostos é o escritor Peter Singer que indaga sobre a falta de bioética no tratamento dos animais, seja no seu uso recreativo, como nos antigos circos e nas brigas de galo, e no agronegócio, com animais confinados apenas para o corte. À vista disso, é possível ponderar essa relação ao relativar a função dos animais como alimento necessitário de uma dieta, e propor uma lógica de mais respeito ao PET ao impedir a sua mercantilização. Assim, é coerente esse novo engajamento social contra os maus-tratos, pois, por mais que se gere lucro, é preciso entender aquele animal como um ser de respeito. Além disso, deve-se salientar também a função do animal na formação social. Desde o Egito Antigo, Deuses antropomórficos são venerados por conta das suas sensibilidades animais, o que promoveu um entendimento de fauna mais respeitoso. Nesse viés, é essencial destacar a relação empática do Homem com os animais como um fruto de religiões, como o Hindu, que propuseram uma função social à esses seres, o que promoveu, por exemplo, o uso do Tigre e do Louva-Deus como símbolos éticos das artes marciais. Sendo assim, é notório que a moralização da natureza provoca menos problemas e maus-tratos, o que, além de fomentar um novo valor ético, possibilita um fluxo mais natural do ecossistema. Portanto, fica evidente que os maus-tratos aos animais dependem da filosofia da nação e, por isso, deve ser analisada para mitigar esse problema. Por conta disso, é preciso que o Ministério da Justiça, juntamente com o do Meio-Ambiente, promova leis de punições mais veementes contra o tráfico e o desrespeito à natureza, de modo que as prisões por mau-trato não sejam passíveis de fiança e que tenham educação ambiental aos infratores, a fim de coibir judicialmente essa prática. Uma vez feito isso, é função das escolas promoverem uma grade curricular obrigatória de Meio-Ambiente, de modo que a filosofia da educação infantil passe a se basear em uma cultura mais ambiental,deixando assim, o sentimento de superioridade aos animais de lado e,consequentemente, abrandar os desrespeitos aos animais.